No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado nesta sexta-feira (29), a conscientiza��o sobre os males do fumo passivo ganha for�a ap�s pesquisas recentes sobre o tema. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), o fumo � respons�vel por mais de 200 mil mortes por ano no Brasil. Doen�as respirat�rias e cardiovasculares s�o as principais enfermidades causadas pelo cigarro e, em muitos casos, as v�timas sequer s�o fumantes.
Estudo feito por pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido, e divulgado no m�s passado mostra que part�culas da fuma�a do tabaco no ambiente podem causar problemas de sa�de e at� c�ncer em n�o fumantes. As novas constata��es lan�am luz sobre a quest�o e demandam campanhas espec�ficas sobre o assunto, de acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Fam�lia e Comunidade, Daniel Knupp.
“Hoje, a imagem geral do fumo na sociedade � mais negativa, mesmo os n�o fumantes t�m conhecimento da dimens�o do malef�cio do cigarro no conv�vio com o fumante, mas n�o uma dimens�o clara da magnitude desse risco”, comentou Knupp. “� importante que os n�o fumantes tenham ci�ncia de que a incid�ncia de certas doen�as pode ser t�o elevada para eles quanto para o pr�prio fumante e tenham autonomia para cobrar o direito de um ambiente livre de tabaco”, disse o m�dico.
Para a diretora cl�nica do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Mariana Laloni, o que surpreendeu nos dados da pesquisa foi o fato de que mesmo em casas de n�o fumantes h� um grau de subst�ncias t�xicas oriundas do cigarro capaz de causar c�ncer. “J� sabemos que o maior prejudicado � o fumante e j� h� v�rios estudos que mostram o impacto do efeito do tabaco para o fumante passivo no mesmo ambiente [do fumante]. Mas esse estudo mostra que a fuma�a exalada dos fumantes persiste no ambiente e aumenta o risco de doen�as para n�o fumantes”, comentou Mariana.
Uma divulga��o maior de informa��es sobre o assunto, segundo ela, pode contribuir para uma atitude mais respons�vel por parte de fumantes em locais p�blicos e privados.
A coordenadora de Vigil�ncia de Agravo e de Doen�as n�o Transmiss�veis e Promo��o da Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Deborah Malta, explicou que as a��es em curso para inibir o fumo em locais fechados t�m obtido resultados significativos na queda da preval�ncia do fumo passivo.
“J� verificamos uma redu��o do fumo passivo no domic�lio, de 12,7% [em 2009] para 10,2% [em 2012]. No local de trabalho, caiu de 12,1% para 9,8%”, acrescentou. Os dados s�o do estudo Vigil�ncia de Fatores de Risco e Prote��o para Doen�as Cr�nicas por Inqu�rito Telef�nico (Vigitel) 2013.
A regulamenta��o da Lei Antifumo Nacional, cujas regras passam a valer a partir de 2 de dezembro, ter� impacto ainda maior na queda do n�mero de n�o fumantes, que hoje s�o obrigados a inalar fuma�a de cigarro. Entre os pontos mais relevantes est� a proibi��o do fumo em locais de uso coletivo, p�blicos ou privados (como hall e corredores de condom�nio, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja s� parcialmente fechado por uma parede, divis�ria, teto ou at� toldo). A norma tamb�m extingue os fum�dromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros at� mesmo nos pontos de venda.
“Al�m disso, o decreto prev� que o espa�o de advert�ncia nos ma�os seja ampliado em 30%. J� temos 100% no espa�o frontal, 100% na lateral e ap�s 2015 teremos mais 30% no espa�o dos ma�os”, lembrou Deborah.