Ap�s cem dias de greve de professores e funcion�rios, o Conselho Universit�rio da Universidade de S�o Paulo (USP) - �rg�o m�ximo da institui��o - aprovou nesta ter�a-feira a cria��o de um Plano de Demiss�o Volunt�ria (PDV) e a proposta de concess�o de reajuste salarial de 5,2%. O PDV prev� a aposentadoria antecipada de 1,7 mil funcion�rios para aliviar o or�amento da institui��o.
O �ndice de reajuste proposto pela USP, no entanto, ainda precisa ser ratificado nesta quarta-feira, 3, em reuni�o do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). O plano, segundo a USP, representar� uma redu��o de 7% nos gastos da reitoria com a folha de pagamento - hoje os sal�rios comprometem 105,5% dos recursos da universidade, que precisa recorrer � reserva financeira para fechar as contas. Os desligamentos, que ser�o incentivados com benef�cios aos funcion�rios que aderirem, s� come�ar�o a ser realizados no pr�ximo ano. Docentes n�o participar�o do plano.
Segundo o reitor Marco Antonio Zago, a aprova��o do PDV foi fundamental para que fosse fechada a proposta de reajuste. "Embora a economia s� comece depois, j� temos uma perspectiva de melhora", afirmou. Para ele, � preciso enxugar o total de servidores, al�m de fazer transfer�ncia interna entre as unidades. "O quadro (de funcion�rios) � exageradamente grande para o tamanho da USP", afirmou o reitor.
Em rela��o ao reajuste, a proposta � dividir o �ndice em duas etapas - uma a ser paga em outubro e outra em janeiro. O �ndice cobre apenas as perdas inflacion�rias do �ltimo ano. N�o haver� pagamento retroativo desde maio, quando come�ou a negocia��o salarial.
A proposta de reajuste ser� discutida com os reitores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), al�m das entidades sindicais. Em maio, foi a situa��o financeira da USP que mais pesou na decis�o de congelar os sal�rios, o que levou docentes e funcion�rios a cruzarem os bra�os. As tr�s universidades gastam praticamente toda a receita com as folhas de pagamento.
A proposta, no entanto, n�o agradou ao Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). "� absurda. Praticamente n�o atende a nossas reivindica��es", disse Magno de Carvalho, presidente da entidade. Ele tamb�m criticou o aval dado pelo Conselho Universit�rio ao PDV. "Aumenta o sucateamento da universidade", afirmou.
Mais de 500 grevistas fizeram ato na Cidade Universit�ria, no Butant�, zona oeste da capital. Eles marcharam do Instituto de Pesquisas Energ�ticas e Nucleares (Ipen), onde foi realizada a reuni�o do �rg�o m�ximo da USP, at� a Pra�a do Rel�gio, onde um palco foi montado para shows e debates.
Mais verbas
Apesar da grave crise financeira, Zago n�o pretende pedir neste ano mais verbas para a USP ao governo estadual, ideia defendida entre os grevistas. "N�o em curto prazo", disse o reitor. Ele n�o descartou, por�m, pleitear mais recursos no futuro.
Nesta ter�a, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) colocou a culpa do problema da USP na economia. "Ela � transit�ria a crise porque estamos com o PIB negativo, mas isso vai passar", disse. As universidades estaduais recebem cota fixa da arrecada��o do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS).
Justi�a
Nesta segunda-feira, 1, a Justi�a do Trabalho determinou o pagamento at� hoje dos sal�rios de julho dos grevistas. A reitoria havia decidido cortar o ponto dos trabalhadores que est�o parados. Nos pr�ximos dias, a Justi�a definir� se a greve � abusiva e qual ser� o valor de reajuste para os servidores, parados h� mais de tr�s meses contra o congelamento salarial.