
Um Pa�s Chamado Favela traz a mais ampla pesquisa j� feita sobre as favelas brasileiras. Um exemplar foi entregue pelos autores Celso Athayde, fundador da Central �nica das Favelas (Cufa), e pelo presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, ao candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves.
A radiografia que deu origem ao livro abrangeu uma amostra de 63 favelas de 35 cidades de todo o pa�s. Foram entrevistadas 2 mil pessoas, disse � Ag�ncia Brasil um dos autores, Renato Meirelles. O livro j� foi entregue aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva e ser� entregue a todos os presidenci�veis das elei��es de outubro. “A gente acredita que o debate da favela n�o pode ser bandeira de partido A, B ou C. Tem que ser bandeira da sociedade brasileira em uma discuss�o de pol�tica p�blica, independente do governante que estiver ocupando o cargo p�blico”, disse Meirelles.
Os dados s�cio-demogr�ficos indicam a exist�ncia, no pa�s, de 12 milh�es de pessoas morando em favelas, o que seria o quinto maior estado do Brasil. “S�o [espa�os] eminentemente urbanos e 89% est�o em regi�es metropolitanas. A favela � um fen�meno das grandes cidades”. Segundo Meirelles, a pesquisa identifica que os moradores das comunidades carentes s�o, em geral, mais negros e jovens.
Por outro lado, eles s�o bastante cr�ticos com rela��o � qualidade dos servi�os p�blicos. “A renda na favela melhorou, mas a qualidade dos servi�os p�blicos ainda n�o melhorou na mesma velocidade que a renda, por mais que tenha havido avan�os”, argumentou.
Segundo Meirelles, seguran�a e infraestrutura, onde entra saneamento b�sico, ilumina��o, sa�de e regulariza��o fundi�ria, s�o pontos importantes. Mas a favela tamb�m se ressente de outras coisas, como, por exemplo, um n�mero maior de creches. Isso se justifica pelo maior n�mero de m�es chefes de fam�lia nessas comunidades do que na m�dia do Brasil: 43% dos lares s�o chefiados por mulheres e 21% por m�es solteiras. Em uma escala de zero a dez, os moradores das comunidades d�o nota 5,4 para transporte p�blico, 5,05 para hospital p�blico, 4,28 para seguran�a p�blica e 6,17 para escola p�blica.