O presidente da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), Vicente Andreu, subiu o tom nas cr�ticas � gest�o da crise do Sistema Cantareira pelo governo de S�o Paulo. Ele divulgou ontem � imprensa c�pia de um e-mail enviado no dia 25 de agosto por um funcion�rio da Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos H�dricos no qual o secret�rio Mauro Arce informa o "cronograma das pr�ximas redu��es programadas" para captar menos �gua. A secretaria lamentou o "vazamento seletivo" de informa��es.
No texto, � apresentada uma redu��o de 1,6 mil litros por segundo a partir do dia 30 deste m�s, chegando a uma retirada de 18,1 mil litros por segundo, e de mais mil litros por segundo a partir de 31 de outubro, atingindo a capta��o de 17,1 mil litros por segundo. Atualmente, a Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) retira cerca de 19 mil litros por segundo do sistema, que opera com 7,8% da capacidade, a mais baixa da hist�ria.
Andreu divulgou o e-mail ap�s Arce ter negado reiteradamente que houvesse acordo para as redu��es. Por causa do impasse, o presidente da ANA, que � um dos �rg�os reguladores do Cantareira, anunciou a sa�da do comit� anticrise criado em fevereiro com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para monitorar o sistema e a crise h�drica.
Nesta ter�a-feira, 23, os dois se encontraram em um evento na capital e discutiram publicamente a atua��o na crise, que atinge outros mananciais pelo Brasil.
Segundo Andreu, o governo Alckmin "n�o aponta a gravidade da situa��o concretamente para a popula��o". "Se n�s tivermos um ano parecido com este, n�s n�o teremos resposta satisfat�ria na regi�o metropolitana em 2015. N�o tem como dizer diferente disso. Isso fica pior, porque n�s n�o temos ainda em m�os, apesar de termos insistido muito, um plano de conting�ncias por parte da empresa de saneamento de S�o Paulo que possibilite dialogar com a popula��o sobre quais s�o as consequ�ncias de eventuais cen�rios", disse Andreu.
De acordo com o presidente da ANA, a Sabesp tem apresentado "sistematicamente um plano de opera��o, sempre buscando mais �gua do volume morto do Sistema Cantareira". Em maio, a Sabesp iniciou a capta��o de 182,5 bilh�es de litros da reserva profunda das represas e quer ampliar a cota em mais 106 bilh�es de litros. "E, se n�o chover o esperado at� mar�o, como ser� em abril? Eles n�o respondem", afirmou Andreu.
"Um plano de conting�ncias tem de ter o seguinte: e se essa �gua n�o tiver, quais s�o as alternativas. Tem de dizer isso com clareza � popula��o", disse o diretor da ANA, que � vinculada ao Minist�rio do Meio Ambiente , do governo Dilma Rousseff.
Resposta
Arce disse que o governo Alckmin "n�o est� escondendo nada de ningu�m". "Acho que as pessoas est�o informadas. A n�o ser que n�o leem o que voc�s (jornalistas) escrevem, que n�o ouvem o que a gente fala. Nunca um assunto foi t�o debatido quanto este", disse o secret�rio, que criticou a ANA por "n�o dar esse tratamento ao Rio de Janeiro", que teve uma redu��o menor na capta��o do Rio Para�ba do Sul, apesar de a crise de estiagem tamb�m ser hist�rica na regi�o.
"N�o estamos escondendo nada de ningu�m. N�o preciso decretar uma (...) Olha, tem racionamento, est� na cara que existe problema. As informa��es s�o dadas", afirmou Arce.
A assessoria de Arce ainda, em nota, lamentou "que um �rg�o federal recorra ao vazamento seletivo de uma comunica��o interna, que refletia apenas um dos cen�rios em avalia��o". A pasta disse que mant�m a disposi��o ao di�logo e espera que a ANA volte ao comit�.