A falta d’�gua que virou queixa frequente de moradores e comerciantes de bairros em pontos mais altos da capital se espalhou e, agora, atinge resid�ncias por toda a cidade. A crise h�drica est� afetando at� o Parque do Ibirapuera, na zona sul, que ficou sem �gua nos bebedouros.
Desde o �ltimo fim de semana, moradores de Perdizes e Pompeia, na zona oeste, da Aclima��o, Cambuci, Consola��o e Pacaembu, na regi�o central, Lim�o e Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, e Vila Guarani e Jardim �ngela, na zona sul, ficaram com as torneiras vazias � noite e at� durante o dia pela primeira vez.
Foi o que aconteceu nesta ter�a-feira, 14, com o empres�rio Celso Cury, de 37 anos, dono do restaurante �rabe Casa Cury, em Perdizes. Por volta do meio-dia, ele se viu diante de um rel�gio de �gua que girava, mas o l�quido n�o sa�a. "Se isso continuar acontecendo, vamos ter de mudar o card�pio e servir s� os sandu�ches. Assim, n�o vou precisar usar tantas panelas", diz Cury. Outro plano do empres�rio, caso a crise se agrave, � antecipar as f�rias dos funcion�rios.
Os paulistanos que foram aproveitar o calor no Parque do Ibirapuera encontraram os bebedouros do local secos durante o dia de ontem. Procurada, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente confirmou o problema. No entanto, segundo a pasta, a falta de �gua foi causada por uma manuten��o na rede da Sabesp. No in�cio da noite o fornecimento estava sendo normalizado.
A AMA Vila Palmares, na zona norte, teve de ser socorrida por caminh�es-pipa para n�o fechar as portas. Segunda a Secretaria Municipal de Sa�de, a unidade ficou sem �gua na segunda-feira e ontem. O desabastecimento, segundo a Sabesp informou � secretaria, era resultado de uma "manuten��o" emergencial na regi�o.
Na segunda, as torneiras secaram �s 15 horas na Rua Augusta, na regi�o central da capital. "A �gua s� voltou de madrugada e hoje est� fraca. Tenho medo que falte de novo, porque temos movimento 24 horas por dia aqui, conta o gerente do BH Lanches, Evandir Barbosa de Lima, de 57 anos.
Seca. No �ltimo s�bado, das 7 horas �s 20h30, a �gua n�o chegou ao sal�o de cabeleireiro onde trabalha Danilo Vicente Jos�, de 31 anos, localizado na Rua Reims, no Lim�o, zona norte. "Faltou �gua durante o dia inteiro, da hora que abrimos at� quando fechamos o sal�o."
Ficar sem �gua durante a noite j� era uma realidade para Andrea Gattoni, de 47 anos, propriet�ria do Hostel Traipu, no Pacaembu, na regi�o central. Mas, desde anteontem, a �gua tem voltado com menor press�o e est� prejudicando o funcionamento dos banheiros do local. "Temos dez banheiros, mas s� estamos usando um. A press�o da �gua est� prejudicando as v�lvulas (dos sanit�rios)."
Na �ltima sexta-feira, a Sabesp enviou plano de opera��o aos �rg�os reguladores no qual afirma que reduzir� a vaz�o do Cantareira para 18,5 mil litros por segundo a partir de novembro e que isso possibilita o aumento de ocorr�ncias de falta d’�gua. Na pr�tica, contudo, a Sabesp j� tem retirado 18,3 mil litros por segundo do manancial neste m�s.
Sobre as reclama��es de clientes, a empresa afirma que os casos precisam ser vistos um a um, mediante vistoria t�cnica, e que, nesta semana, ocorreram manuten��es emergenciais que afetaram o abastecimento.
Segundo a empresa, "as altas temperaturas dos �ltimos dias provocaram aumento do consumo que, associado �s medidas operacionais para levar �gua de outros sistemas a bairros originalmente atendidos pelo Cantareira, prejudicou o abastecimento em alguns pontos altos e distantes".