Pelo segundo dia seguido, moradores que n�o haviam sido afetados pela falta d’�gua passaram a conviver com torneiras vazias. Bairros como Barra Funda, Brasil�ndia, Consola��o, Cidade Dutra, Morumbi, Campo Belo e Itaquera j� colecionam reclama��es. Houve problemas sobretudo nas zonas norte e sul, por causa de "acidentes no fornecimento", segundo a Sabesp.
Nesta quarta-feira, 15, as torneiras que usam �gua da rua da casa da educadora Paula Fernandes Camargo Fonseca, de 31 anos, s� faziam barulho de ar. Ela mora na Sa�de, zona sul. "Na quinta e na sexta, n�o tinha �gua � tarde." A Sabesp n�o comentou o caso.
J� nos elevadores de um edif�cio na Rua Ant�nio Carlos, pr�ximo da Avenida Paulista, na regi�o central, o an�ncio foi feito na ter�a-feira: "� preciso economizar �gua". A Tecad, imobili�ria que administra o condom�nio, disse que est� fazendo um racionamento preventivo. Procurada, a Sabesp informou que houve um rompimento de tubula��o na Rua Doutor Fausto Ferraz, na Bela Vista, a 1,5 km do edif�cio. E isso poderia ser a causa da pouca quantidade de �gua.
Segundo o superintendente de produ��o de �gua da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, Marco Ant�nio Lopes Barros, essa situa��o do Campo Belo e tamb�m o rompimento de uma tubula��o na regi�o da Avenida Paulista foram resolvidos rapidamente, mas o alto consumo e a limita��o de retirada de �gua tornam bem mais lenta a normaliza��o dos sistemas. "Mas os moradores ter�o o abastecimento regularizado nos pr�ximos dias", afirmou.
Quando a �gua falta nas torneiras, a preocupa��o da dona de casa Seuma Ten�rio, de 54 anos, � uma s�: a filha, Denise Pires, de 26, que tem paralisia cerebral. Com uma les�o no c�rebro, Denise sofre convuls�es constantemente, que podem at� provocar refluxo. "Se vomitar, n�o vou ter como limpar", diz a m�e.
Seuma mora na Vila Espanhola, na zona norte de S�o Paulo, um dos dez bairros afetados por uma obra emergencial da Sabesp ontem. De acordo com a companhia, cerca de 20 mil pessoas tiveram o abastecimento prejudicado para
que uma v�lvula fosse trocada na Rua Antonio Pereira Souza, em Santana.
Em rela��o a outros bairros com problemas nas regi�es central, leste e oeste, a Sabesp n�o deu informa��es ontem. Anteontem, em nota oficial, admitiu a possibilidade de falhas em "alguns pontos altos e distantes".
Branca
H� quem relate problemas mais antigos. A copeira Sandra Andrade Barbosa, de 46 anos, sofre com a falta de �gua h� "pelo menos tr�s meses". Ela mora na Rua Virajuba, na Brasil�ndia, zona norte. "Quem n�o tem caixa tem de se virar com baldes", afirma.
J� o supervisor de opera��es M�rcio Garrutti, de 26 anos, morador de Itaquera, zona leste, afirmou que h� um m�s o problema se intensificou e passou a ser registrado quase todos os dias. E quando a �gua come�a a chegar, de manh�, vem esbranqui�ada, o que impede o uso normal. "Isso afeta nossa qualidade de vida." O mesmo ocorre no Rio Pequeno, zona oeste, segundo o administrador de empresas Manoel Fernandes, de 39 anos.