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Estado de Minas

A��es da Sabesp para economia de �gua foram barradas


postado em 24/10/2014 13:07 / atualizado em 24/10/2014 13:47

A presidente da Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp), Dilma Pena, admitiu em uma reuni�o interna da companhia que seus "superiores" barraram a��es na m�dia para estimular a popula��o de S�o Paulo a economizar �gua. Em �udios obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, a executiva diz que gostaria de informar aos paulistas "reiteradamente" sobre a necessidade de consumo racional, mas tem de seguir orienta��o contr�ria.

A grava��o, de um minuto e 18 segundos, � de uma discuss�o administrativa entre a diretoria da Sabesp e o Conselho de Administra��o sobre estrat�gias de comunica��o. Durante o encontro, Dilma diz que a companhia de abastecimento deveria aparecer mais na m�dia, em ve�culos como r�dios comunit�rias, o que n�o estava ocorrendo contra sua vontade.

"Acho que, por uma orienta��o superior, a Sabesp tem estado muito pouco na m�dia. Acho que � um erro", reclamou, citando os superintendentes da empresa e ela pr�pria como potenciais porta-vozes.

Segundo ela, a mensagem "Cidad�o, economize �gua" deveria estar "reiteradamente na m�dia". "Mas n�s temos de seguir a orienta��o. N�s temos superiores. A orienta��o n�o tem sido essa. Mas � um erro, � um erro", repetiu.

Questionada, a Sabesp confirmou a reuni�o, mas n�o quis precisar a data e quem seriam os superiores. O jornal O Estado de S.Paulo apurou que ela ocorreu em agosto.

A presidente da empresa diz estar ciente de que a estrat�gia de comunica��o � equivocada. Na grava��o, a palavra "erro" � repetida quatro vezes ao se referir � falta de divulga��o. "Tenho consci�ncia absoluta e pauto as pessoas com quem eu converso sobre esse tema, mesmo os meus superiores", insistiu ela.

Mas em fevereiro deste ano, a Sabesp lan�ou o programa de b�nus para estimular a popula��o a economizar, remanejou �gua de outros sistemas, incluindo Alto Tiet� e Guarapiranga, e reduziu a press�o da �gua na rede � noite. A a��o de comunica��o da Sabesp incluiu, assim, o est�mulo a medidas de restri��o de consumo de �gua, que j� vinham sendo discutidas.

Nos �ltimos dias, a crise da �gua entrou na propaganda de TV da presidente Dilma Rousseff, candidata do PT � reelei��o, com o objetivo de desgastar o modelo de gest�o tucana e recuperar terreno no eleitorado paulista. No hor�rio eleitoral, a presidente ligou o PSDB do advers�rio A�cio Neves � falta de planejamento. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi reeleito no primeiro turno, no �ltimo dia 5.

Em sua propaganda, Dilma Rousseff disse que o PT est� "h� dez anos" alertando o PSDB sobre o problema. "� preocupante e tamb�m muito triste saber que os brasileiros que vivem em S�o Paulo, Estado mais rico do pa�s, est�o passando por uma crise de falta de �gua sem precedentes na sua hist�ria", comentou a candidata do PT.

No �ltimo dia 15, em depoimento � CPI da Sabesp na C�mara Municipal, Dilma Pena afirmou que a empresa tem disponibilidade suficiente para abastecer a popula��o at� meados do m�s que vem.

Dilma participou apenas da primeira parte da reuni�o, quando foi discutida a estrat�gia de comunica��o da companhia. Em outro trecho de grava��o obtido pela reportagem, da segunda parte do encontro, quando Dilma estava ausente, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, reconheceu que o governo enfrenta "a��es desafiadoras" para prolongar a vida �til do Sistema Cantareira e "esticar um pouco mais" o abastecimento de �gua e disse que as pessoas deviam "tomar banho com �gua mineral".

"(...) Porque se repetir o que aconteceu este ano, de final de 2013, de outubro pra c�, se voltar a repetir em 2014, confesso que n�o sei o que fazer, t� certo?", desabafou o diretor, definindo a situa��o como "uma agonia".

Ele aconselhou os presentes a sa�rem de S�o Paulo e tomarem banho com "�gua mineral" ou na casa de parentes. "N�o vai ter �gua para o banho, n�o vai ter �gua para a limpeza da casa. Quem puder compra garrafa �gua mineral, t� certo? Quem n�o puder, vai tomar banho na casa da m�e, l� em Santos, l� em Ubatuba, em �guas de S�o Pedro, sei l�. Aqui n�o vai ter", adiantou.

Outro lado

Procurada pelo jornal O Estado de S.Paulo, por telefone, Dilma reagiu, com tom de irrita��o: "Isso n�o existe. Isso a� � uma coisa muito complicada. N�o sei do que voc� est� falando". Em seguida, pediu para que questionamentos fossem feitos a assessores de comunica��o.

A assessoria de imprensa da Sabesp informou, em nota, que o objetivo da reuni�o de Dilma "foi de ampliar ao m�ximo as a��es de comunica��o para o uso racional da �gua junto aos funcion�rios da companhia". A empresa alegou que sua comunica��o � feita "de forma aut�noma", com decis�es tomadas "no �mbito da companhia".

"Naquele momento, a diretoria da Sabesp discutia com o conselho de administra��o (�rg�o superior) a estrat�gia de comunica��o", acrescentou.

Sobre as declara��es do diretor, a Sabesp informou que, tamb�m naquele momento, "a diretiva era diminuir ao m�ximo a depend�ncia do Sistema Cantareira".

"O contexto era de convencer, de forma contundente, os gerentes operacionais da companhia da necessidade de redu��o. A estrat�gia tem dado certo. A depend�ncia do Cantareira diminuiu de 9 milh�es para 6,5 milh�es de pessoas, uma redu��o de cerca de 30%", explicou.


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