S�o Paulo, 04 - Condenado em fevereiro do ano passado a 33 anos e nove meses de pris�o em regime fechado pela morte do pai e da madrasta, em 2004, o estudante Gil Rugai teve a pris�o decretada nesta ter�a-feira, 4, pelo Tribunal de Justi�a de S�o Paulo, que negou a anula��o do julgamento. A apela��o feita pela defesa do r�u foi negada por unanimidade pelos desembargadores do �rg�o. Com a decis�o, Rugai, que n�o estava no plen�rio, pode ser preso a qualquer momento.
Segundo o advogado Marcelo Feller, um dos respons�veis pela defesa, o estudante ir� se apresentar � Justi�a. Ele n�o disse quando nem onde Rugai deve fazer isso, mas assegurou que o r�u n�o pretende fugir. "Mandado de pris�o � para ser cumprido. Gil j� est� ciente da decis�o de hoje e n�o vai fugir. Ali�s, em todas as ocasi�es em que a Justi�a solicitou sua presen�a, ele compareceu", ressaltou.
Feller, no entanto, afirmou que entrar� com novo recurso nos �rg�os superiores - Superior Tribunal de Justi�a (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) - contra a condena��o de Rugai. De acordo com o advogado, os argumentos a serem apresentados agora dever�o ser processuais, j� que a fase de an�lise de provas se encerrou nesta ter�a.
"Uma das nossas alega��es ser� o fato de uma testemunha surpresa ter sido ouvida no quarto dia de julgamento. Rudi Otto, ex-s�cio de Gil Rugai, havia sido dispensado pela defesa, mas o juiz o convocou em ju�zo, com conhecimento apenas da acusa��o, e sua oitiva foi muito prejudicial."
Respons�vel pela acusa��o, o promotor de Justi�a Rog�rio Le�o Zagallo comemorou a decis�o dos desembargadores e reafirmou que n�o existe qualquer v�cio no processo que permita a sua anula��o."O julgamento de hoje � o coroamento de um trabalho intenso e s�rio que come�ou em 2004, e de uma certeza do Minist�rio P�blico de que Gil Rugai � o autor dos fatos", disse. Zagallo, por�m, teme que o mandado de pris�o n�o possa ser cumprido. "N�o acredito na boa-f� dele (Rugai) em se apresentar, apesar de esperar muito por isso."
H� dez anos que Gil Rugai nega ser o autor dos disparos que mataram Luiz Carlos Rugai, pai do estudante, e Alessandra Troitino, madrasta, em 2004. O crime ocorreu dentro da resid�ncia do casal, em Perdizes, na zona oeste de S�o Paulo.
De acordo com a acusa��o feita pela Promotoria e aceita pelos jurados durante o julgamento do caso, o estudante cometeu os crimes por dinheiro. Luiz Carlos Rugai havia descoberto que o filho desviava recursos da empresa da fam�lia. Gil Rugai aguardava o julgamento do recurso em liberdade. Sua defesa n�o informou onde ele esteve durante esse per�odo.