Com chuvas abaixo do esperado em novembro, o Sistema Cantareira registrou o terceiro m�s com menor entrada de �gua do ano e tamb�m nos 84 anos da hist�ria do manancial, de acordo com relat�rios publicados pela Ag�ncia Nacional de �guas (ANA). O sistema continua com o n�vel de �gua caindo, e ontem, no 16º dia consecutivo de queda, chegou a 8,8% da capacidade, j� inclu�dos os 105 bilh�es de litros da segunda cota do volume morto. O Cantareira abastece 6,5 milh�es de pessoas na regi�o metropolitana de S�o Paulo.
At� a �ltima sexta-feira, quando o relat�rio foi atualizado, a m�dia de �gua que entrou no reservat�rio foi de 6 mil litros por segundo, apenas 19,4% da m�dia hist�rica mensal. No m�s, entraram cerca de 14,5 bilh�es de litros de �gua no Cantareira. A m�dia em novembro do ano passado tinha sido de 50,2 bilh�es de litros. At� ent�o, o novembro mais seco tinha sido registrado em 1954, quando a m�dia de entrada de �gua foi de 12,4 mil litros por segundo.
Se por um lado a entrada de �gua foi baixa, por outro a sa�da foi muito maior. A Sabesp retirou um total de 48,4 bilh�es de litros de �gua do reservat�rio durante o m�s. Procurada, a companhia n�o comentou se haver� mudan�a na vaz�o da �gua.
Precipita��o constante
Segundo Rubem La Laina Porto, engenheiro e professor de Hidrologia da Escola Polit�cnica da Universidade de S�o Paulo (USP), por estar muito seco, o solo do sistema apenas absorve o que chove, sem aumentar o volume de �gua.
“Apesar de o m�s estar chuvoso, a precipita��o precisa ser mais constante nas cabeceiras das bacias do Sistema Cantareira, no sul de Minas Gerais”, afirmou. “O solo est� muito seco, ent�o, o ch�o absorve muita �gua. Faz diferen�a, porque o que chove acaba n�o sendo proporcional ao que foi sugado pelo solo.”
Em outubro, o Sistema Cantareira teve o m�s com a menor vaz�o de sua hist�ria. Desde 1930, os rios que alimentam o reservat�rio n�o tinham ficado com uma vaz�o t�o baixa. A m�dia foi de 4 mil litros por segundo, cerca de 14,8% da m�dia hist�rica mensal do reservat�rio.
Quem mora no entorno das represas do Sistema Cantareira se diz triste e impressionado com o cen�rio de seca. “Eu vejo a forma��o de nuvens no c�u, elas ficam escuras, mas, quando � para chover, a �gua n�o vem. S� cai sereno aqui”, afirmou o corretor de im�veis Francisco Ricardo de Souza, de 59 anos, que mora em Piracaia, no interior do Estado, cidade onde est� localizada a Represa Cachoeira. “Eu trabalhei nas represas quando era mais jovem e nunca tinha visto uma situa��o dessa. � triste ver tudo secando. Parece que a �gua realmente vai acabar.”
Outros reservat�rios
Os outros reservat�rios que abastecem a capital e a Grande S�o Paulo tamb�m fecharam novembro com chuvas abaixo da m�dia hist�rica. Ontem, quatro deles registraram queda no n�vel da �gua - o �nico est�vel foi o Guarapiranga, com 33,7%, embora tenha perdido 5,5 pontos porcentuais durante o m�s. O volume acumulado de chuvas ali foi de 109,3 mil�metros, quase 12% abaixo da m�dia hist�rica, de 124 mil�metros.
O Alto Tiet� voltou a registrar queda de 0,1 ponto porcentual. Ontem, o manancial operava com 5,7% da capacidade. Comparado com o in�cio do m�s, quando estava com 8,9%, s�o 3,2 pontos porcentuais a menos, tendo chovido cerca de 16% menos do que a m�dia do m�s.
Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro que, juntos, atendem 3,1 milh�es de pessoas, tamb�m tiveram quedas. O primeiro estava com 30,1% e caiu para 29,9%. O segundo desceu de 64% para 63,8%, enquanto o �ltimo foi de 32,4% para 32,1%. As informa��es s�o do jornal