
A pedido de sua companheira Cleusa Balbina de Paula e do ex-marido dela, Jos� Messias, Sa�lson, que morava com os dois, assassinou pelo menos quatro pessoas. Segundo a pol�cia, os motivos desses crimes foram torpes, como vingan�a pelo roubo de um celular ou uma d�vida de R$ 40. Sa�lson disse que praticou esses homic�dios em troca de casa e comida. Agora, a pol�cia tentam saber se Sa�lson � mesmo um serial killer, como garante ser.
“H� evid�ncias e riquezas de detalhes em todos os relatos que ele fez. Sa�lson disse que matou uma crian�a de 2 anos a facadas porque ela chorava muito no momento em que assassinava a m�e dela. Em outro relato, ele contou que deixou um peda�o de faca no corpo de uma v�tima, o que conseguimos confirmar posteriormente com o laudo do Instituto M�dico Legal, que constava das investiga��es do caso”, afirmou o delegado Pedro Medina.
Estranguladas Nos relatos feitos � pol�cia e � imprensa, Sa�lson constr�i a figura de um assassino cuja crueldade de seus atos � algo praticamente imposs�vel de se imaginar. Sem apresentar qualquer sinal de remorso, ele contou que teria come�ado a matar aos 17 anos. Ao contr�rio das v�timas que executava a pedido de Cleusa e Jos� Messias, geralmente a facadas, as mulheres que disse ter assassinado por prazer foram, segundo ele, estranguladas. Afirmou ter tido prazer ao v�-las em p�nico, provocando arranh�es em sua pele e morrendo de olhos abertos.
Ao delegado Marcelo Machado, que tamb�m participa das investiga��es dos crimes, ele alegou que n�o cometeu viol�ncia sexual. O criminoso revelou ainda que contava tudo para Cleusa, chegando a avis�-la quando sa�a de casa para matar. “Eu sa�a de casa e falava: � o dia da minha ca�ada, vou fazer o meu trabalho!. Quando eu n�o fazia (matava), ficava nervoso, a� tinha que sair de novo”, contou. A partir dos depoimentos de Sa�lson, a pol�cia iniciou os trabalhos para confirmar os casos relatados. O delegado Pedro Medina fez um apelo aos parentes de pessoas mortas a facadas ou estranguladas na Baixada Fluminense nos �ltimos anos para que procurem a Delegacia de Homic�dios.
At� o in�cio da noite desta quinta-feira, investigadores identificaram quatro v�timas do assassino e disseram ter descoberto outros tr�s casos com fortes ind�cios de sua participa��o. Uma das v�timas identificadas era uma mulher gr�vida, que tamb�m tinha um filho de 5 anos, poupado pelo assassino porque estava dormindo. O criminoso a teria reconhecido numa lista de 20 fotos apresentada a ele por investigadores. Os assassinatos que a pol�cia diz ter certeza da autoria de Sa�lson foram motivados por pedidos de Cleusa e Jos� Messias, que tamb�m est�o presos.
V�timas
Paulo Vasconcelos, de 52 anos, morreu em dezembro de 2011, no Bairro Amaral, em Nova Igua�u, supostamente por causa de uma d�vida de R$ 40. Francisco Carlos Chagas, de 49, foi morto a facadas, no Bairro Corumb�, tamb�m em Nova Igua�u, em 23 de outubro de 2014, por causa do roubo de um celular de Cleusa. Raimundo Bas�lio da Silva, de 60, morreu tamb�m este ano, no Bairro Santa Rita, no mesmo munic�pio, por causa de uma desaven�a com ela. A �ltima v�tima, F�tima Miranda, teria tido a morte encomendada por Jos� Messias.
Na tentativa de esclarecer os crimes, agentes da Divis�o de Homic�dios localizaram uma testemunha importante para as investiga��es. Cintia Ramos Messias, de 21, contou que estava indo para o trabalho, no dia 8 de setembro, quando foi abordada por um homem encapuzado. Ela, que disse ser filha de Jos� Messias, recebeu 12 facadas num terreno baldio e ficou 15 dias internada no Hospital da Posse. C�ntia afirmou que tentou fazer o registro do crime na 58ª DP (Posse), mas n�o teria sido atendida por policiais. “O ataque que sofri foi encomendado, Cleusa queria ficar com a minha filha de 2 anos. Consegui escapar e minha filha est� bem”, revelou.
Em seus relatos para policiais, Sa�lson disse ter s� um arrependimento: o assassinato de uma menina de 2 anos, ainda n�o confirmado pela pol�cia. Ele afirmou que a matou enquanto enforcava a m�e da crian�a: “S� me arrependo no caso da crian�a, mas n�o teve jeito. Ela chorava muito e poderia acordar os vizinhos”. Perguntado se pretende interromper os assassinatos algum dia, ap�s sair da pris�o, disse tranquilamente: “Acho que � um v�cio. Quando for solto, voltarei a matar”. Segundo o delegado Pedro Medina, Sa�lson j� havia sido preso duas vezes. A primeira foi em 2007, por furto. Depois, em 2008, ele foi condenado por roubo e cumpriu pena no Pres�dio Vieira Ferreira Neto, em Niter�i. Ainda de acordo com o policial, ele contou que, assim que saiu da cadeia, em 2012, assassinou outra pessoa.