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Estado de Minas BIODIVERSIDADE

'Qu�mica' entre casal faz nascer duas ararinhas-azuis


postado em 21/12/2014 09:07 / atualizado em 21/12/2014 19:40

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)
Rio de Janeiro, 21 - Quando vieram ao mundo, eram de uma feiura que chegava a comover: o corpo pelado, a pele enrugada, os olhos cerrados. Mas poucos beb�s foram t�o esperados como as duas ararinhas-azuis que nasceram no interior paulista, em endere�o mantido em sigilo. S�o as primeiras geradas no Brasil nos �ltimos 14 anos, quando a esp�cie foi considerada extinta na natureza, com o fim do �ltimo exemplar, em Cura��, na Bahia.

Os beb�s feiosos em nada lembravam a ararinha Blu, famosa personagem do filme Rio (mais informa��es nesta p�gina). Nasceram com 15 gramas, mas com pouco menos de dois meses j� haviam ganhado corpo e as penas azuis que as tornam t�o valiosas no mercado paralelo - cada uma chega a valer 100 mil (cerca de R$ 325,4 mil).

O nascimento dos filhotes, ainda sem nome, foi fruto de um esfor�o de institui��es do Brasil, da Alemanha e do Catar que integram o Projeto Ararinha na Natureza, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade, com patroc�nio da Vale.

As ararinhas-azuis eram encontradas apenas na Caatinga, em Cura��. Al�m dos predadores naturais, como gavi�es, enfrentaram dificuldades para reprodu��o: foram expulsas por abelhas do oco das �rvores onde faziam ninhos. Mas foi a captura para o tr�fico a causa de seu desaparecimento na natureza. Em 1991, havia um animal silvestre, macho, monitorado at� 2000 - um dos �ltimos registros da ave foi feito pelo fot�grafo Luiz Cl�udio Marigo, especializado em natureza, que morreu neste ano ao enfartar na frente do Instituto Nacional de Cardiologia e n�o conseguir socorro.

Sobraram 90 ararinhas em cativeiro - 70 delas no Catar, 9 na Alemanha e 11 no Nest, criadouro cient�fico no interior de S�o Paulo cadastrado no instituto, cujo endere�o n�o � divulgado para evitar que atraia ca�adores e traficantes de aves. Geneticamente mapeadas para evitar a consanguinidade que amea�a ainda mais a continuidade da esp�cie, elas s�o trocadas entre institui��es em tentativas de formarem o par ideal. “Com uma popula��o t�o pequena, os indiv�duos s�o todos aparentados. Os testes gen�ticos apontam o pareamento ideal. Mas o que em laborat�rio parece ideal, �s vezes n�o d� certo. A gente tenta por anos, mas os casais n�o se formam. Ararinhas-azuis s�o monog�micas, t�m de ter uma qu�mica”, explica a analista ambiental do ICMBio Patr�cia Serafini, coordenadora do programa de cativeiro.

No caso das aves que est�o no Nest, Blu e Flor, a uni�o indicada pelos testes funcionou. Ela come�ou a p�r ovos. No in�cio, inf�rteis, que os tratadores retiraram para n�o interromper o processo de reprodu��o. Foram tr�s posturas, oito ovos - dois vingaram. Pai e m�e cuidam dos beb�s, que passaram os primeiros 20 dias no ninho. Ricardo Jos� Garcia Pereira, docente de reprodu��o de aves da Universidade de S�o Paulo (USP) e consultor do projeto, explica que a insemina��o artificial � rara por causa dos efeitos da consanguinidade. “Psitac�deos, como as araras, t�m 300 milh�es de espermatozoides por mililitro. Na ararinha-azul encontramos apenas 3 milh�es. � pouco e de baixa qualidade.”

O projeto Ararinha na Natureza prev� que os animais sejam reintroduzidos em Cura�� em 2021. Para isso, � preciso ter 20 aves com 1 ano, vindas de v�rios criadouros. At� a meta ser atingida, ser� feito um trabalho de conscientiza��o com a popula��o de Cura�� e criada uma Unidade de Conserva��o na regi�o em que as ararinhas ser�o soltas.

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