Complexo prisional do Curado, em PE, tem outra morte

Recife, 31 - Um detento morto e dois outros feridos foi o saldo de um conflito ocorrido na manh� deste s�bado (31), no complexo prisional do Curado, no Recife. O tumulto, entre detentos e a guarda interna, teve in�cio devido a atraso na visita �ntima dos presos, por conta da Opera��o Padr�o iniciada pelos agentes penitenci�rios, que reivindicam aumento salarial e melhores condi��es de trabalho.

De acordo com o secret�rio estadual de Ressocializa��o, �den Vespaziano, foi aberto inqu�rito para apurar a morte do detento David Bezerra dos Santos, 20 anos. Ele J� chegou morto ao Hospital Ot�vio de Freitas, onde outros dois detentos passam por cirurgia - Alisson Avelino da Silva, 21 anos, e Diogo Santos de Lima, 20 anos.

As visitas deveriam ter come�ado �s 7 horas, mas com a mobiliza��o dos agentes, que passaram a seguir � risca as determina��es da Resolu��o do Conselho Nacional de Pol�tica Criminal e Penitenci�ria, ela s� ocorreria a partir das 8h30 e com revista rigorosa.

O atraso motivou a revolta de detentos que, segundo o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenci�rio de Pernambuco (Sindasp-PE), Nivaldo Oliveira Junior, come�aram a jogar pedras nos guardas e tentaram invadir a entrada do pres�dio.

Antigo pres�dio An�bal Bruno, maior do Estado, o complexo prisional foi dividido em tr�s unidades em maio do ano passado, como forma de se ter um maior controle. No total, o complexo abriga 6.922 presos e tem capacidade para 2.124. O conflito deste s�bado ocorreu na unidade Juiz Ant�nio Luiz Lins de Barros. Em nota, a Secretaria de Ressocializa��o informou que o tumulto foi contido ainda pela manh�. O Batalh�o de Choque foi acionado, mas n�o atuou.

Para Vespaziano, a opera��o dos agentes penitenci�rios � "intransigente" em um momento de crise. Ele assegurou que neste domingo (1) as visitas se iniciar�o �s 7 horas, para agilizar a entrada, e disse esperar poder contar com o apoio do sindicato.

A Opera��o Padr�o dos agentes penitenci�rios continua neste domingo (1) e no pr�ximo final de semana eles pretendem fazer uma paralisa��o de advert�ncia. Para Nivaldo J�nior, o conflito desta manh� apenas mostrou a realidade vivida nos pres�dios. "Quando se faz concess�es, se maquia o problema", afirmou.

A categoria reivindica reajuste da gratifica��o de risco - de 100% sobre o sal�rio base de R$ 1,4 mil - para 225%, equipamento de seguran�a pessoal e contrata��o de mais efetivo. O sindicalista frisa que Pernambuco tem hoje 1,3 mil agentes, o que dividido em quatro plant�es, resulta em 325 agentes por dia para guardar o total de presos, que � de 31 mil. A superpopula��o carcer�ria � grave problema no Estado, que disp�e de 11 mil vagas.

A crise do sistema penitenci�rio estadual, que explodiu depois de uma rebeli�o de tr�s dias, com tr�s mortes - um policial militar e dois detentos - levou o governador Paulo C�mara a decretar estado de emerg�ncia por 180 dias, nesta semana. Antes e depois da rebeli�o, os detentos podiam ser vistos circulando livremente, no p�tio interno do complexo e na laje, portando foices e fac�es, al�m de celulares. Nesta sexta-feira (30) uma bomba foi desativada pela pol�cia junto ao muro externo do complexo.