Franca, 10 - Para evitar problemas na volta �s aulas, no dia 23 deste m�s, a dire��o da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), institui��o da Universidade de S�o Paulo (USP), assinou um termo no Minist�rio P�blico se comprometendo a combater os trotes no campus que fica em Piracicaba (SP). O local teve nos �ltimos meses den�ncias de viol�ncia e abuso sexual entre os alunos, sendo o assunto objeto de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) na Assembleia Legislativa de S�o Paulo. Mas para este ano, visando evitar que calouros sofram nas m�os dos veteranos, uma s�ria de medidas ser� colocada em pr�tica.
Haver� campanhas de conscientiza��o por parte da Esalq nesse in�cio de ano letivo e promotores de Justi�a estar�o presentes no local falando em palestras aos estudantes e acompanhando o ambiente universit�rio. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi assinado e prev� ainda outras a��es para enfrentar e apurar os trotes. Os 430 novos alunos ter�o j� no in�cio das aulas a "Semana de Integra��o aos Ingressantes", quando ser�o orientados sobre a vida na USP e os canais de den�ncia caso tenham algum problema no conv�vio acad�mico. "O trote n�o � um valor da nossa institui��o e seremos ainda melhores sem ele", afirmou em nota Luiz Gustavo Nussio, diretor da Esalq.
De acordo com relatos dos pr�prios alunos, a entrada para o campus de Piracicaba costumava ser de muita viol�ncia. Um estudante denunciou que teve um produto jogado no corpo que causou queimaduras e at� prejudicou os movimentos. J� uma ex-aluna disse ter sido abusada em uma rep�blica. Para evitar novas situa��es do tipo, foi definido na reuni�o com o Minist�rio P�blico que casos que acontecerem fora do campus tamb�m ter�o repercuss�o interna, ou seja, as rep�blicas ser�o consideradas extens�o da universidade. J� os estudantes envolvidos em trotes ser�o objeto de sindic�ncia com o risco de serem expulsos. Os alunos da Esalq, atrav�s do Centro Acad�mico, divulgou documento em favor de medidas para "coibir pr�ticas opressoras realizadas por estudantes dentro e fora da universidade".
O presidente da CPI que apura den�ncias de trotes nas universidades paulistas, deputado Adriano Diogo (PT), esteve ontem em Piracicaba. Al�m da Esalq, ele foi at� a C�mara Municipal. A Casa aprovou a realiza��o de audi�ncia p�blica tamb�m para tratar do assunto. A comiss�o presidida por Diogo encerra os trabalhos em 14 de mar�o, ocasi�o em que apresentar� o relat�rio final propondo, entre outras coisas, que trote seja considerado crime de tortura.