S�o Paulo, 31 - Uma loja na Rua Oscar Freire, nos Jardins, em S�o Paulo, � acusada de ter expulsado, por racismo, um garoto de 8 anos que estava na cal�ada em frente � sua fachada. O relato, publicado pelo pai do menino no Facebook, est� reverberando nas redes sociais. �O meu filho e eu fomos expulsos da frente desta loja enquanto eu fazia uma liga��o (telef�nica) porque, em certos lugares em S�o Paulo, a pele do seu filho n�o pode ter a cor errada�, postou Jonathan Duran, americano que trabalha no mercado financeiro, radicado no Brasil h� 19 anos, morador da zona oeste da cidade.
Por sugest�o de uma amiga, ele tornou a postagem p�blica e logo recebeu o apoio de milhares de pessoas indignadas com o ocorrido - at� �s 19h30 desta ter�a, j� eram mais de 2,5 mil compartilhamentos. De acordo com Duran, seu filho de 8 anos foi v�tima de racismo na porta da Animale, loja que tem uma de suas unidades na Rua Oscar Freire, em S�o Paulo. No �ltimo s�bado, 28, ele passeava pela regi�o com o filho e a mulher, a assistente social Ednilce Duran. �Ela estava em uma loja de sapatos e eu e meu filho fomos comprar sorvete. Como nos desencontramos, paramos na porta da loja para ligar para ela�, conta ele. �Foi quando uma vendedora saiu, olhou para meu filho e disse: �Ele n�o pode vender essas coisas aqui�. Fiquei sem rea��o e fomos embora.� Duran disse que, revoltado, chegou a voltar � loja mas, ignorado pela funcion�ria, achou melhor sair sem brigar.
Ele n�o registrou boletim de ocorr�ncia e diz que n�o pretende processar a marca. �Isso leva muito tempo e preferi levantar a quest�o de outra forma�, afirma. No in�cio da noite desta ter�a, quando a reportagem telefonou para a unidade Oscar Freire da loja, quem atendeu diretamente a liga��o foi um funcion�rio afirmando ser assessor de imprensa. A empresa, entretanto, preferiu se posicionar por meio de nota, informando �que j� entrou em contato com Jonathan Duran e reitera que repudia qualquer ato de discrimina��o�. Quando a reportagem perguntou o que foi dito nesse contato ou quais medidas a loja pretende adotar para coibir novos atos do tipo, a assessoria simplesmente afirmou que �a Animale repudia qualquer ato de discrimina��o e o evento est� sendo apurado internamente�.
A resposta n�o convenceu a fam�lia Duran, que ainda aguarda um pedido de desculpas oficial. �N�o est� nada resolvido. Abri um di�logo com eles, mas me decepcionei novamente com a postura da empresa. O pedido foi fraco�, afirma o pai. Em nota postada na p�gina da grife no Facebook, a Animale diz que �sempre se posicionou de forma democr�tica em todas as sua express�es�. Convidou ainda os clientes para conhecerem as lojas, que t�m, segundo a empresa, �uma grande equipe formada por profissionais das mais diversas etnias, orienta��es sexuais e credos. Sem limita��es de imagens perfeitas impostas pela moda�.
Duran n�o parece convencido pela postagem. �Est� claro que foi um texto escrito por advogados e rela��es p�blicas para n�o comprometer a imagem da marca�, comenta. Para ele, o racismo no Brasil ocorre de maneira velada e deve ser discutido com urg�ncia. �Acho ir�nico que isso tenha acontecido bem na Oscar Freire. No mundo do meu filho, que � de classe m�dia, n�o h� muitos negros. Ele n�o entende o que � isso ainda, mas de alguma forma sente. Sou da Luisiana, estado americano que tem muitos negros. Em uma viagem recente para l�, ele me disse. �Eu gosto daqui porque tem muita gente marrom�.�