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Estado de Minas

Anomalia imunol�gica causa Alzheimer, indica estudo


postado em 14/04/2015 20:19

S�o Paulo, 14 - A doen�a de Alzheimer pode ter suas causas ligadas a uma anomalia no sistema imunol�gico, que originalmente tem a fun��o de proteger o organismo de invasores externos. A conclus�o � de um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Duke (Estados Unidos), que tamb�m sugerem uma nova estrat�gia para o tratamento da doen�a.

O trabalho, publicado nesta ter�a-feira, 14, no

Journal of Neuroscience

, mostra que, nos indiv�duos com Alzheimer, certas c�lulas do sistema imunol�gico come�am a consumir de forma anormal um importante nutriente, a arginina, diminuindo a sua presen�a no c�rebro e desencadeando a doen�a.

A partir de um experimento com camundongos, os pesquisadores mostraram que � poss�vel bloquear esse processo com uma droga, revertendo nos animais a perda de mem�ria causada pelo Alzheimer. Segundo os autores, cada vez mais evid�ncias indicam que o sistema imunol�gico tem um papel na doen�a de Alzheimer, mas a influ�ncia exata ainda permanece um mist�rio.

No novo estudo, eles conseguiram demonstrar que a falta de arginina, um amino�cido presente na maior parte das prote�nas do organismo, afeta diretamente a evolu��o da doen�a. "Se o consumo de arginina � t�o importante para o processo do Alzheimer, talvez n�s possamos bloquear esse consumo e reverter a doen�a", disse uma das autoras do estudo, Carol Colton, da Escola de Medicina da Universidade de Duke.

Os camundongos utilizados na pesquisa, criados h� alguns anos para permitir o estudo da doen�a, tiveram alguns genes alterados para que seu sistema imunol�gico se tornasse semelhante ao humano. Al�m disso, os animais foram desenhados para apresentar as principais caracter�sticas dos portadores de Alzheimer: perda de neur�nios, mudan�as de comportamento e a presen�a, no c�rebro, de placas e emaranhados de certas prote�nas.

Ao longo da vida dos camundongos, a equipe de cientistas procurou por anomalias imunol�gicas e constatou que a maior parte dos componentes do sistema imune n�o apresentava mudan�as quantitativas. A exce��o foi um tipo de c�lula imunol�gica conhecido como micr�glias - que geralmente s�o as primeiras c�lulas a responder � doen�a de Alzheimer.

Isolando essas c�lulas e analisando sua atividade gen�tica, os cientistas observaram um aumento na express�o dos genes associados � supress�o do sistema imunol�gico - isto �, que diminuem sua atividade. "Isso � surpreendente porque a supress�o do sistema imune n�o � o que pens�vamos acontecer na doen�a de Alzheimer", disse o autor principal do trabalho, Matthew Kan, p�s-doutorando do laborat�rio de Colton.

De acordo com ele, antes do estudo os cientistas pensavam que acontecia justamente o contr�rio: o c�rebro deveria liberar mol�culas envolvidas com a constru��o do sistema imunol�gico, que deveria exacerbar sua a��o, danificando o c�rebro. Com a modifica��o na micr�glia, os pesquisadores verificaram um grande aumento da presen�a de arginase - uma enzima que quebra as mol�culas de arginina - nas regi�es cerebrais envolvidas com a mem�ria, nas mesmas �reas onde havia morte de neur�nios.

Segundo eles, com a aumento da arginase, a micr�glia consome uma quantidade exagerada de arginina. Os cientistas bloquearam a a��o da arginase usando uma droga conhecida como DFMO, antes da manifesta��o dos sintomas nos camundongos. Eles observaram ent�o uma redu��o das modifica��es na micr�glia e do desenvolvimento de placas nas prote�nas cerebrais.

Al�m disso, os camundongos se sa�ram melhor em testes de mem�ria. "Tudo isso sugere que se n�s conseguirmos bloquear esse processo local de priva��o de arginina, podemos proteger - os ratos, pelo menos - da doen�a de Alzheimer", disse Kan. O DFMO foi sintetizado h� 20 anos e tem sido estudado em testes cl�nicos com humanos para o tratamento de alguns tipos de c�ncer. Mas a droga ainda n�o havia sido testada como potencial terapia para o mal de Alzheimer.

No estudo, o grupo de Colton administrou a droga antes do aparecimento dos sintomas. Agora, eles pretendem estudar se o DFMO pode tratar as consequ�ncias do Alzheimer antes que elas apare�am. Segundo Colton, embora tenha sido constatado que a car�ncia de arginina est� ligada � doen�a de Alzheimer, a ingest�o de suplementos do amino�cido n�o � uma alternativa para a preven��o.

De acordo com ele, uma densa malha de c�lulas e vasos sangu�neos determina a quantidade de arginina que entra no c�rebro. Assim, mesmo que um paciente coma mais arginina, nada garante que ela v� se direcionar aos locais do c�rebro que precisam do amino�cido.


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