
Leia: nas redes sociais, famosos se despediram do ator
A TV Globo, para a qual ele trabalhava, passou as informa��es sobre o falecimento, mas n�o sobre o sepultamento do ator. Gleizer participou de mais de 50 novelas, especiais e miniss�ries desde que estreou na TV Tupi, em 1959. Na fase madura, ele n�o se importava de ser escalado para pap�is semelhantes entre si: "Eu fiz mais de cinco novelas com crian�as. Eu tenho cara de vov�. Mas fiz mais novela de padre", brincou, em entrevista, quatro anos tr�s, ao Mem�ria Globo, banco de dados sobre seus artistas e suas produ��es.
O ator nasceu em S�o Paulo, em 1934, e era filho de imigrantes judeus poloneses que vieram para o Brasil para escapar da persegui��o nazista. Ele come�ou a atuar pelo caminho do teatro, despretensiosamente, ainda menino, no Instituto Cultural Israelita. Adulto, trabalharia muito mais na televis�o do que nos palcos. Em 1959, come�ou a fazer pontas na Tupi.
A primeira novela foi em 1964, "Se o mar contasse", de Ivani Ribeiro. Ele comemorou 30 anos de TV Globo em 2014. A primeira novela foi "Livre para voar", de Walther Negr�o, e a �ltima, "Boogie Oogie", encerrada em mar�o. Outras produ��es de sucesso foram "Direito de amar" (1987), "Tieta" (1989) e "Terra nostra" (1999).
Uma marca de sua trajet�ria profissional foram os personagens doces e com humor. Fora de cena, ele fazia piada por ser judeu e interpretar padres recorrentemente. "O arcebispo de S�o Paulo D. Paulo Evaristo Arns um dia me convidou para ir � diocese. Disse que eu era o �nico judeu cat�lico do mundo. Mas j� desisti de fazer um papa, porque nunca fui promovido sequer a bispo!", zombou, em entrevista dada h� dois anos � Revista "Quem".
Gleizer teve problemas de sa�de em decorr�ncia da obesidade, que conseguiu reverter.
Em 2011, ficou internado por tr�s vezes, chegando a passar duas semanas num Centro de Terapia Intensivo - emagreceu mais de 50 quilos, colocou um marca-passo e continuou trabalhando. Ele revelou que tinha dificuldade de se equilibrar ao andar de bengala. "Mas para representar, tem de ter cabe�a, e n�o perna. N�o sou lutador de capoeira, sou ator", explicou a disposi��o para o trabalho, � "Quem". Na mesma entrevista, disse que gostaria de ser cremado. "Que metade das minhas cinzas seja jogada neste condom�nio (onde morava, sozinho, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio), e a outra metade, no mar."