Isso n�o � um problema social, diz Paes sobre morte de m�dico

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foi duro nesta quinta-feira, ao falar sobre os suspeitos da morte do m�dico Jaime Gold, v�tima de latroc�nio na noite de ter�a-feira, 19, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Para o prefeito, caso seja confirmada a participa��o de menores no crime, eles precisam ser tratados como "delinquentes". Paes foi mais longe e afirmou que "isso n�o � um problema social". "O que a gente v� nesses casos � uma pessoa que sai armada de uma faca, agride, a ponto de levar essa pessoa � morte. Esse n�o � um criminoso que tem que ser tratado. � um delinquente que tem que ser tratado com a dureza da for�a policial. N�o tem jeito. Isso n�o � um problema social", sustentou o prefeito.

Horas mais cedo, um menor de 16 anos foi apreendido pela pol�cia suspeito de participa��o no crime na Lagoa Rodrigo de Freitas. Questionado sobre isso, Paes foi direto. "Crian�a, menor, praticando crime � um problema de pol�cia, n�o � um problema social. O Poder P�blico tem a responsabilidade de acolher, mas quando voc� tem algu�m esfaqueando a ponto de matar, isso deixa de ser um problema social e passa a ser uma a��o criminosa", defendeu. "A gente precisa diferenciar o delinquente do problema social. N�o se pode justificar tudo pelo problema social. Tem que ter a��o contundente, e eu confio muito na rea��o do governador (Luiz Fernando) Pez�o e do secret�rio (Jos� Mariano) Beltrame nesse assunto", continuou o prefeito.

Na avalia��o de Paes, muitas vezes crimes s�o atenuados com a justificativa de que s�o praticados por menores em vulnerabilidade social, o que nem sempre � o caso. "Isso ficou claro naquele epis�dio que teve na Rio Branco que a TV Globo mostrou e se dizia 'ah, o menor, o problema social', e depois se viu que ele tinha 24 anos na cara e estava pela Rio Branco esfaqueando. Quando a pol�cia entrou acabou essa hist�ria", destacou o prefeito, lembrando do caso em que um homem sofreu facadas numa parada de �nibus. "A gente tem desafios enormes no Rio no campo social, mas isso n�o pode justificar tudo. Isso levou o Rio a muitos problemas no passado."

Sobre as cr�ticas � inseguran�a na regi�o da lagoa, Paes considerou que "n�o � um lugar mal cuidado". Ele disse que a ilumina��o foi trocada h� cerca de dois anos, com a instala��o de postes abaixo da copa das �rvores e com luzes de Led.

Maioridade penal

Ao comentar a apreens�o do adolescente, o delegado titular da Delegacia de Homic�dios, Rivaldo Barbosa, afirmou que reduzir a maioridade penal � "abrir m�o desses adolescentes". "Se voc� baixar a maioridade penal, vai estar abrindo m�o desses adolescentes. A gente tem que pensar em um trabalho de ressocializa��o", ressaltou o delegado.

Mesmo se dizendo surpreso com "a frieza e a forma covarde sem nenhum sentimento com o ser humano" que demonstraram os autores do crime, o delegado destacou que o caso "supera a fase da pol�cia". "H� que se pensar com um pensamento social", defendeu.

Morador de Manguinhos, uma comunidade do sub�rbio do Rio, o adolescente, de apenas 16 anos, j� foi apreendido 15 vezes, todas entre 2010 e 2015. Atualmente, tramita na C�mara dos Deputados um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal no pa�s de 18 para 16 anos.