Porto Alegre, 03 - O julgamento dos militares r�us no processo sobre o inc�ndio na boate Kiss, h� dois anos, no Rio Grande do Sul, come�ou na ter�a-feira, 2. S�o oito acusados na esfera militar - todos bombeiros - que respondem pelos crimes de prevarica��o, inobserv�ncia da lei e inser��o de declara��o falsa em documento p�blico. Com exce��o deste �ltimo, todos ocorreram antes da trag�dia. S�o irregularidades na concess�o do alvar� de funcionamento da boate, que incendiou no dia 27 de janeiro de 2013, matando 242 jovens e deixando 630 feridos.
O julgamento ocorre no pr�dio da Justi�a Militar, em Santa Maria, na regi�o central do Estado, cidade em que ocorreu a trag�dia. Na ter�a-feira se pronunciaram a acusa��o e as defesas de tr�s oficiais acusados. Nesta quarta-feira, ser� a vez dos tr�s soldados e dois sargentos.
Grande parte da sess�o desta quarta teve apenas a leitura de pe�as processuais e dos inqu�ritos que investigaram o papel dos r�us na concess�o de alvar�s � boate - que, de acordo com as autoridades, n�o deveria estar funcionando na noite do inc�ndio.
Foram julgados nesta ter�a-feira o ex-comandante regional dos Bombeiros, tenente-coronel da reserva Mois�s Fuchs; o tenente-coronel da reserva Daniel da Silva Adriano, que era comandante do setor de preven��o a inc�ndio na �poca da Kiss; e o capit�o Alex da Rocha Camilo, que assinou o segundo alvar� da casa noturna. Os tr�s respondem por inserir declara��es falsas em documentos, deixar de exercer obriga��es do seu cargo e por inobserv�ncia da lei.
Durante a tarde, os promotores se manifestaram. "Quando colocaram no alvar� da Kiss que a legisla��o vigente foi observada, isso n�o era verdade", acusou o promotor Joel Dutra.
Protestos
Muitos pais e familiares das v�timas ficaram do lado de fora. Eles n�o foram contemplados com senhas para assistirem ao julgamento. Dentro da sala de audi�ncia, havia cerca de oito pais de mortos e feridos na Kiss, representantes da imprensa, bombeiros e algumas pessoas da comunidade.
Na entrada do pr�dio, pela manh�, os r�us tiveram de passar por um grande cartaz com a palavra "justi�a" e fotos de todas as v�timas da trag�dia.