S�o Paulo, 26 - A PUC-Campinas (Pontif�cia Universidade Cat�lica) demitiu na quinta-feira, 25, tr�s professores da Faculdade de Medicina, que no in�cio do ano foram convocados para depor na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Trotes. A comiss�o apurou casos de viola��es de direitos humanos em universidades paulistas. Os docentes foram acusados de perseguir alunos que fizeram as den�ncias e tamb�m de estar presentes em festas e eventos em que aconteceram casos de viol�ncia contra calouros.
Em nota, a PUC confirmou a demiss�o dos professores, mas informou que, por se tratar de "assuntos internos � institui��o", e em "respeito a todos os envolvidos", n�o iria se pronunciar sobre os motivos que levaram aos desligamentos.
Contr�rios �s demiss�es, alunos e residentes da faculdade fizeram um protesto na tarde de ontem na frente da reitoria da PUC. Guilherme Henrique Zanluchi, aluno do 4.� ano e presidente do Diret�rio Acad�mico da Medicina, disse que os alunos exigiam ao menos uma explica��o da universidade sobre os desligamentos.
"Os tr�s professores s�o do Departamento de Cl�nicas M�dicas, e os desligamentos v�o afetar a qualidade do ensino, o quadro docente j� est� desfalcado. Al�m disso, eles eram excelentes e as acusa��es s�o infundadas", disse Zanluchi. De acordo com o Diret�rio Acad�mico, cerca de 30 residentes paralisaram as atividades no Hospital Celso Pierro.
Sindic�ncia. Ap�s a abertura da CPI na Assembleia Legislativa, a PUC-Campinas abriu uma sindic�ncia interna para apurar casos de viol�ncia nos trotes e tamb�m a coniv�ncia de professores. Entre as den�ncias estavam casos de abusos f�sicos, ofensas sexuais e trotes desumanos. As v�timas descreveram que os calouros eram obrigados a, por exemplo, simular sexo oral, andar em uma piscina de urina, fezes e v�mito, al�m de levar socos e tapas na cara.
Alunos que fizeram as den�ncias, e que pediram para n�o ser identificados, disseram que foram chamados para uma reuni�o na semana passada e foram informados de que a sindic�ncia apontou que as acusa��es contra os professores eram procedentes. Questionada, a universidade n�o comentou sobre o fim da sindic�ncia.
"Fiquei surpreso e aliviado em saber que a PUC realmente tomou uma atitude contra essa situa��o. Estou com uma sensa��o de que a justi�a foi feita, mas n�o me sinto seguro porque j� sofri amea�as de alunos que n�o concordam com as den�ncias", disse um dos alunos.
A demiss�o dos professores foi aprovada em uma reuni�o do Conselho Universit�rio (Consun). De acordo com a Associa��o dos Professores da PUC-Campinas (Apropucc), docentes de outras faculdades tamb�m foram demitidos, mas por causa de uma avalia��o peri�dica que ocorre ao final de cada semestre.
Apura��o
Al�m dos trotes violentos na PUC-Campinas, a CPI apurou den�ncias de desrespeito aos direitos humanos em diversas universidades p�blicas e privadas do Estado. A maioria dos casos relata abusos nos trotes de faculdades de Medicina. A Alesp encaminhou o relat�rio final da comiss�o para o Minist�rio P�blico, que abriu inqu�rito para apurar as den�ncias.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.