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Estado de Minas

Contra v�cio na internet, grupo faz detox digital

Atendimento no campus da UFRJ da Praia Vermelha, na Zona Sul do Rio, come�ou em 2012, e j� recebeu mais de 300 pessoas


postado em 27/06/2015 10:31 / atualizado em 27/06/2015 12:30

Rio - O despachante Marcelo Corr�a, de 42 anos, sempre gostou de se comunicar pela internet: foi usu�rio dos programas de mensagens instant�neas Icq e MSN e adorava o Orkut. Depois se afei�oaria ao Facebook. Ele percebeu que estava dependente quando, em viagens com a mulher para o s�tio da fam�lia, no interior do Rio, passou a se sentir mal por estar desconectado.

“A internet s� pegava no alto de um morro, ent�o eu deixava minha mulher em casa e subia sozinho para ficar l� em cima duas ou tr�s horas, vendo Facebook, postando fotos da viagem...”, conta Corr�a, que chegou a comprar um smart watch (rel�gio inteligente) porque assim poderia receber notifica��es dos aplicativos do Facebook e do WhatsApp sem ter de nem sequer pegar o celular.

Em 2014, ao notar o trabalho prejudicado pela adi��o, ele procurou ajuda. Percebeu que o quadro de ansiedade extrema, estresse e s�ndrome do p�nico estava ligado � depend�ncia digital. Curou-se ap�s tratamento, o “detox digital”, que dura dois meses no Instituto Delete, ligado ao Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“A gente aprende como contornar a ansiedade com respira��o e pensamentos positivos. Se vejo que estou usando muito, paro. Sei que estou curado porque consegui ficar duas semanas no s�tio sem internet.”

O atendimento do instituto, no campus da UFRJ da Praia Vermelha (zona sul), come�ou em 2012, e j� recebeu mais de 300 pessoas. Os seis membros da equipe pesquisam h� sete anos a chamada nomofobia (“nomo” vem de “no mobile”, que quer dizer “sem celular”) e publicaram teses relacionadas ao tema. Em breve, devem lan�ar manual de etiqueta digital.

Estudada nos EUA h� 20 anos, a depend�ncia � quase invis�vel socialmente. Revela-se quando a rela��o com a internet deixa de ser casual e se torna obsessiva, atrapalhando rela��es sociais e atividades rotineiras e criando isolamento.

Farmville

J� houve paciente que narrou ter passado madrugadas no Farmville, jogo do Facebook. Outros que s� pegavam no sono com o celular sob o travesseiro. Caso esque�am o smartphone ao sair de casa, t�m crises de abstin�ncia e voltam com taquicardia e m�os tr�mulas. Alguns largaram trabalho e faculdade; adolescentes perderam o ano. Tudo por causa das horas excessivas no computador, tablet ou celular.

“Muitos adictos em tecnologia tamb�m t�m adi��o em outras coisas. O mecanismo neurobiol�gico � o mesmo: o uso libera subst�ncias que d�o prazer, ent�o a pessoa quer mais e mais. A mesma �rea do c�rebro � estimulada”, explica a psic�loga Veruska Santos, que j� atendeu 84 pacientes graves.

“A diferen�a � que no tratamento n�o se corta totalmente a conex�o, se faz terapia cognitiva para transformar os pensamentos e ensinar a lidar com a ansiedade. Em seguida, negociamos o tempo que passar� na internet.”


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