S�o Paulo – Uma for�a-tarefa formada pelo governo de S�o Paulo e o Minist�rio P�blico estadual vai investigar a maior chacina do estado, que matou na noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira 18 pessoas em Osasco e Barueri, na regi�o metropolitana da capital. At� a noite de ontem, quando foram sepultados os mortos, ningu�m havia sido preso. Laudo parcial do Instituto de Criminal�stica identificou em oito dos 10 locais dos ataques c�psulas de muni��es usadas pelas For�as Armadas, por guardas civis metropolitanos e de uso restrito, aquelas que s� podem ser usadas por institui��es de seguran�a ou com autoriza��o do Ex�rcito.
A principal linha de investiga��o da chacina � que ela tenha sido uma retalia��o � morte de um policial militar durante um assalto em um posto de combust�veis em Osasco. Tamb�m � cogitada a rela��o com a morte de um guarda civil de Barueri, al�m de uma a��o ligada ao tr�fico de drogas. Em mensagens trocadas pelos PMs, os policiais informaram entre eles da poss�vel repres�lia de criminosos. “QAP (prontid�o) total... repasse aos grupos”.
Frases semelhantes foram enviadas, em 2012, quando houve guerra n�o declarada entre PMs e criminosos que matou mais de 100 pessoas. A for�a-tarefa formada por policiais e promotores foi criada para esclarecer crimes mais rapidamente e evitar a rea��o como a de 2012. Uma das equipes indicadas pelo procurador-geral de Justi�a, M�rcio Elias Rosa, tem experi�ncia em apura��o de crimes de policiais.
“A melhor estrat�gia agora � acompanhar a investiga��o pari passu para otimizar, para agilizar a apura��o. Melhor do que o Minist�rio P�blico realizar uma investiga��o paralela � ele acompanhar o trabalho feito pela pol�cia. Desde o in�cio. O importante � uma resposta r�pida”, disse Rosa.
C�psulas de quatro calibres de armas foram encontradas em oito dos 10 locais dos assassinatos, a de 9mm, de uso das For�as Armadas, a 38 e a 380, de uso de guardas civis metropolitanos, e 45, de uso restrito. Em 2013, o Comando do Ex�rcito autorizou policiais militares, policiais civis e bombeiros a comprar e portar, para uso pessoal, pistolas de calibre ponto 45.
ENTERRO Sob protestos e clamor por justi�a, as fam�lias das v�timas sepultaram ontem os 18 mortos nos cemit�rios municipais de Osasco e Barueri. Os parentes das v�timas executadas por mascarados cobraram das autoridades paulistas a pris�o dos assassinos. Os bandidos usaram dois carros, uma moto e fizeram os disparos em nove pontos em um intervalo de 3h15. Os crimes ocorreram em um raio de 7km.
“Precisam investigar. Ningu�m sabe o que motivou essa guerra”, afirmou o motorista Carlos Antonio de Oliveira, pai do ajudante de obra Igor Oliveira, de 19 anos, executado com tiros no rosto em um bar de Osasco. O ajudante foi enterrado com uma camisa do Palmeiras. Ele era o segundo filho mais velho de cinco irm�os. O operador de m�quinas Jonas de Santos Soares, de 33 anos, foi enterrado ao lado de Igor, seu amigo de inf�ncia. Jonas deixou tr�s filhos pequenos, de 4, 7 e 8 anos.
A dom�stica Maria Jos� de Lima Filho, de 49 anos, desejou a “morte” dos assassinos que executaram o filho dela, Rodrigo Lima da Silva, de 16 anos. “Deus me perdoe pelo que eu vou dizer, mas eles t�m de morrer do mesmo jeito que meu filho”, afirmou.
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INVESTIGA��O
Armas da chacina em Osasco e Barueri s�o usadas pela pol�cia
Per�cia identifica muni��o encontrada nos locais dos ataques que deixaram 18 mortes em S�o Paulo. Ningu�m foi preso
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