S�o Paulo, 29 - M�rcio Silvestre se casou h� cinco anos, em maio, popularmente conhecido como o m�s das noivas. Como muitos casamentos, n�o deu certo. Anteontem, Silvestre assinou o div�rcio. O estilista n�o tinha como saber, mas ele e a ex-mulher escolheram se separar no m�s campe�o de div�rcios tanto no Estado de S�o Paulo como no Brasil, com quase 10% do total registrado por ano nos cart�rios.
E agosto, apesar de recordista, d� o pontap� para o que pode ser chamado de �per�odo da separa��o�: levantamento em cart�rios paulistas, entre 2007 e 2014, mostra que o �ndice de div�rcios aumenta 21% no segundo semestre em rela��o ao primeiro. No Pa�s, esse �ndice � de 16,4%.
�A gente come�ou a especular e a tentar extrair uma explica��o das pessoas que se divorciam. N�o conseguimos obter uma resposta direta, mas percebemos recorr�ncia na men��o � quest�o econ�mica�, afirma Andrey Guimar�es Duarte, diretor da se��o S�o Paulo do Col�gio Notarial do Brasil, entidade que representa os cart�rios. �No in�cio do ano, h� mais encargos e impostos a pagar. Depois que isso passa, as pessoas come�am a se organizar e a levar em frente o que j� vinham tentando, e a decis�o de se separar amadurece.�
Do ponto de vista psicol�gico, a justificativa pode estar nos eventos de fim de ano. �Ningu�m resolve se separar de uma hora para outra. O que eu percebo � que elas (as pessoas) se d�o um prazo para resolver as situa��es e pode ter a ver com o t�rmino do ano. A fun��o do tempo cronol�gico � organizar a nossa vida�, sugere a coordenadora do N�cleo de Fam�lia e Comunidade do Programa de Psicologia Cl�nica da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC-SP), Rosa Maria Macedo.
Esse tamb�m � o palpite de Aur�lio Melo, professor de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. �Talvez (influenciem) as circunst�ncias de fim de ano, �poca de Natal, em que as pessoas tendem a se deprimir um pouco mais e, ao mesmo tempo, a querer finalizar algumas coisas. O come�o do ano vem com o desejo de renovar. A gente tenta pegar carona nas datas para dar for�a � si mesmo.�
Mas a que se deve o destaque das estat�sticas em agosto? Psic�logos e tabeli�es n�o t�m uma explica��o para esse fen�meno. Ceneide Maria de Oliveira Cerveny, professora da PUC-SP e especialista em terapia familiar, reafirma o que o brasileiro tende a acreditar desde crian�a. �No Brasil todo mundo diz que agosto � um m�s ruim para tudo.�
Apelando para a astrologia, talvez exista um motivo para crer nesse senso comum. �Chega agosto e as bruxas ficam soltas, o m�s todo � problem�tico�, informa o astr�logo Antonio Faciollo Neto. �Neste m�s, o sol passa pela s�tima casa do Brasil, e ela envolve o setor de casamentos e de associa��es. Se o setor n�o estiver bem, os problemas matrimoniais v�o se intensificar�, explica. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.