Padre J�lio Lancellotti, vig�rio episcopal do Povo da Rua, da Arquidiocese de S�o Paulo, chegou � conclus�o, depois de ver v�rias vezes um v�deo gravado pelo programa P�nico, da TV Bandeirantes, de que o morador de rua Francisco Erasmo n�o foi atingido pelo sequestrador da mulher, que ele tentou proteger, � porta da Catedral, mas por outro disparo.
"Francisco foi alvejado no peito n�o pelo agressor, que estava ca�do perto da parede quando a pol�cia come�ou a disparar, parecendo que foram atirar no agressor e acertaram Francisco", disse padre J�lio ao jornal O Estado de S.Paulo, na noite desta sexta, 4. Pelo v�deo gravado pela equipe de televis�o, acrescentou ele, "v�-se que havia marcas de sangue na parede e sangue no peito de Francisco, que estava de p�, em n�vel mais alto".
Padre J�lio disse ter a impress�o de que Francisco foi atingido, n�o intencionalmente, pela pol�cia, o que s� exames da per�cia poder�o esclarecer. O v�deo mostra, antes dos disparos, Francisco Erasmo subindo pelo lado esquerdo da escadaria com uma sacola nas m�os e, depois, os dois homens - ele e o agressor - em luta. "Para Francisco intervir, d�-se a impress�o de que os tr�s se conheciam, eles e a mo�a", afirmou padre J�lio.
"Acontecem muitas coisas, muita viol�ncia, na Pra�a da S�, onde a Guarda Civil Municipal (GCM) agride a popula��o de rua numa agress�o continuada permanente", denuncia padre J�lio. "Aquela regi�o � um territ�rio muito minado, dif�cil, e a viol�ncia � grande, desde o massacre de 2004, quando sete pessoas foram mortas", observou.
A a��o do crime organizado � t�o grande, disse ainda padre J�lio, que quase todo o com�rcio daquela �rea paga taxa de seguran�a. "N�o sabemos se os moradores de rua est�o envolvidos nas agress�es, porque n�o existem boletins de ocorr�ncia, nem contra eles nem quando s�o as v�timas", afirmou padre J�lio.
O vig�rio episcopal do Povo da Rua disse que o agressor, no epis�dio desta sexta, estava armado no interior da S�. "A igreja tem seguran�a interna, mas seus agentes n�o conseguem perceber isso, pois est�o ali para evitar algum tipo de confus�o, barulho ou perturba��o", observou.
O cardeal arcebispo de S�o Paulo, d. Odilo Scherer, que estava fora da cidade, mandou que o p�roco da Catedral, padre Luiz Eduardo Baronto, divulgasse uma nota, em nome da arquidiocese, lamentando a viol�ncia e relatando o incidente que causou duas mortes na escadaria do templo. Como faz aos s�bados, o cardeal celebrar� missa, neste s�bado 5, ao meio-dia na Catedral.