
Os manifestantes passaram ainda pela Secretaria da Justi�a do estado, localizada no Pateo do Col�gio, e pela Secretaria do Estado da Administra��o Penitenci�ria, na Rua L�bero Badar�. Houve uma parada em frente � unidade da Funda��o Casa na Rua Flor�ncio de Abreu, onde gritaram palavras de ordem. Carregando velas acesas, eles encerraram a caminhada com um ato em frente ao Quartel do Comando Geral da Pol�cia Militar, na regi�o da Luz.
No dia 2 de outubro de 1992, cerca de 360 policiais invadiram, durante uma rebeli�o, a casa de deten��o e mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, 111 detentos. A a��o dos policiais � considerada um dos mais violentos casos de repress�o a rebeli�o em pres�dios no pa�s.
O local chegou a abrigar 8 mil detentos no per�odo de maior lota��o. A unidade foi desativada e parcialmente demolida em 2002. Em julgamento dividido em quatro etapas, 73 policiais foram condenados pelo massacre, recebendo penas entre 48 e 624 anos de pris�o.
O protesto criticou tamb�m o atual sistema carcer�rio e a viol�ncia da pol�cia contra a popula��o da periferia. Eles lembraram as �ltimas chacinas envolvendo policiais. A fundadora do movimento M�es de Maio, D�bora Maria da Silva, comparou as v�timas do Carandiru �quelas assassinadas nos ataques de maio de 2006, no estado de S�o Paulo, quando 493 civis e 59 agentes p�blicos foram mortos, segundo informa��es oficiais.
“Esse ato � para lembrar dos nossos mortos que foram massacrados h� 23 anos. N�s n�o podemos esquecer daqueles que se foram, porque eram [como] nossos filhos, independentemente de estar no sistema prisional. A dor da m�e do c�rcere � a mesma dor da m�e de maio, � a mesma dor da m�e do policial”, disse D�bora. Ela afirmou que o povo massacrado � o mesmo que est� sendo encarcerado, que s�o os pobres, negros e perif�ricos.
Jos� Aguiar, de 73 anos, sobrevivente do Massacre do Carandiru lembrou do perigo constante dentro do pres�dio. “L� dentro est�vamos sempre correndo risco”. Ele trabalhava como encarregado da se��o Judici�ria dentro da Casa de Detn��o. “Tinha tr�s celas individuais, um dia eu dormia em uma, no outro dormia na outra. No dia do massacre, eu n�o estava em nenhuma das celas, eu estava dentro do arm�rio na [se��o] Judici�ria. Acordei com o tiroteio”, afirmou.
Ele disse que havia mais de 111 corpos no local. “Depois que terminou a matan�a, eu ajudei a recolher corpos, ajudei a tirar mais de 50 corpos do fosso do elevador e na caixa d'�gua tinha corpo boiando tamb�m”, acrescentou.