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Estado de Minas

Gestante com HIV relata discrimina��o


postado em 03/10/2015 10:01

S�o Paulo, 03 - Portadora do v�rus HIV desde que nasceu, Vanessa (nome fict�cio), de 18 anos, sempre tomou todos os cuidados para um dia poder realizar o sonho de ter um filho sem aids. Quando descobriu a gravidez, a moradora do Jardim S�o Lu�s, zona sul de S�o Paulo, passou a fazer todas as consultas de pr�-natal e seguiu � risca o tratamento com antirretrovirais. Vanessa n�o imaginava que seria alvo de preconceito por parte da m�dica respons�vel pelo parto.

A jovem deu entrada na unidade de sa�de no dia 30 de junho, com 36 semanas de gesta��o, j� com a bolsa rompida. "Os primeiros m�dicos que me atenderam foram atenciosos. Depois da troca de plant�o, foi essa m�dica que ficou respons�vel e a� come�ou a tortura", conta a m�e. "Ela foi fazer o exame de toque e eu me mexi porque estava doendo. Ent�o falou que era para eu ficar quieta, porque na hora de fazer eu n�o senti dor."

Vanessa teve dificuldades para fazer for�a e estimular a sa�da do beb�. "A m�dica come�ou a ficar estressada, dizendo que, se eu n�o queria a ajuda dela, ia me deixar sozinha. Disse que, de qualquer jeito, o beb� ia nascer, vivo ou em peda�os. Al�m de ser soropositiva, ainda era muito ego�sta por colocar um beb� no mundo sabendo que ele podia se infectar."

De acordo com o relato da gestante, a m�dica ainda teria proibido sua equipe de se aproximar, alegando que n�o queria "nenhum colega contaminado". "Fazia press�o psicol�gica, dizendo que o beb� ia morrer e a culpa seria minha porque eu n�o conseguia fazer for�a."

Com a dificuldade no parto, a jovem passou por uma episiotomia (corte pr�ximo da vagina) para facilitar a sa�da do beb�. "Mesmo com anestesia, eu senti ela tirando o beb� com for�a, parecia que estava com raiva, tanto � que ele teve a clav�cula quebrada", conta Silvia, de 32 anos, tia de Vanessa.

Mais falhas. Ap�s o nascimento do beb�, Vanessa e o rec�m-nascido foram acomodados em uma maca no corredor. Segundo a jovem, pelo menos outras 15 mulheres e os filhos estavam na mesma situa��o. Ao receber alta, Vanessa foi v�tima de outros dois erros: o hospital prescreveu para o beb� 10 miligramas do antirretroviral AZT, quando a quantidade indicada � de 1 mg/kg. A crian�a nasceu com 2,7 quilos. Al�m disso, Vanessa recebeu, por escrito, a orienta��o de amamentar o filho, o que � proibido para m�es soropositivas, por causa do risco de transmiss�o pelo leite.

Para Helaine Milanez, da Associa��o de Obstetr�cia e Ginecologia do Estado (Sogesp) e professora da Unicamp, a conduta da m�dica fere princ�pios �ticos. "O comportamento dela foi absolutamente inadequado para qualquer paciente, independentemente de ter HIV ou n�o." A especialista tamb�m confirma os erros na prescri��o do AZT e no aleitamento.

Como Vanessa percebeu os erros, o beb� n�o foi amamentado e est� livre do HIV. Al�m disso, a jovem frequenta a Associa��o Civil Anima desde crian�a e relatou o que tinha passado. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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