S�o Paulo, 23 - Para especialistas, se aprovado o projeto de lei que endurece as regras contra o aborto no Brasil, mais mulheres podem recorrer ao aborto inseguro, mesmo nos casos previstos na legisla��o, como estupro. O presidente da Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia, Cristi�o Rosas, classificou como "assustador" e "incompreens�vel" o projeto.
"Estamos na contram�o. Enquanto outros governos flexibilizam a pr�tica, assistimos ao retrocesso", disse. A proposta, do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi aprovada anteontem na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da Casa. Ela condiciona a permiss�o da interrup��o da gravidez � comprova��o de um exame de corpo de delito e comunicado � pol�cia. "� o mesmo que condicionar o atendimento de um paciente baleado ao registro do crime numa delegacia."
"A mulher ser� v�tima de dois agressores, o estuprador e o Estado, que em vez de ampar�-la vai duvidar e desrespeitar sua vontade sobre o momento em que quer denunciar", disse Gabriela Ferraz, do Comit� para a Defesa dos Direitos das Mulheres (Cladem). Os especialistas criticam as penas para quem induz a gestante a praticar o aborto ou anunciar meios abortivos.
"Os profissionais da sa�de ser�o impedidos de atuar como redutores de danos nos casos em que sabem que n�o v�o impedir o aborto", disse Debora Diniz, do Instituto de Bio�tica, Direitos Humanos e G�nero. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.