Rio, 24/10/2015, 24 - Conhecido no passado como grupo de exterm�nio, a Scuderie Le Cocq se reorganizou como institui��o filantr�pica e seus integrantes agora se mobilizam para "patrulhar" a orla do Rio nos fins de semana para evitar arrast�es. A ideia � que os policiais civis e militares que aderiram ao grupo atuem � paisana. Outros far�o panfletagem para "esclarecer a popula��o sobre seus direitos".
O diretor-jur�dico Carlos Fernando Maggiolo, advogado criminalista, afirmou que "qualquer pessoa do povo pode prender outra em flagrante delito", mas defende que apenas aqueles que t�m treinamento policial tomem a atitude. "Policiais podem proceder abordagem e busca pessoal em qualquer circunst�ncia, mesmo que estejam de folga."
Ele, no entanto, critica a a��o de "justiceiros" que atacaram passageiros de �nibus, suspeitos de terem participado de arrast�es em Ipanema, na zona sul, no m�s passado. Mas defende a forma��o de "comunidades regionais" que atuem pela seguran�a da vizinhan�a, desde que tenham treinamento.
"Para fazer esse tipo de abordagem tem de ter escola. Um cidad�o, por mais bem intencionado, n�o est� preparado para a abordagem. N�o apoio esse tipo de atitude (dos justiceiros). Mas a inten��o � v�lida. O cidad�o de bem est� no seu direito de rea��o. O ideal � que se formassem comunidades regionais, que se preparassem vizinhos qualificados para essa fun��o", afirmou Maggiolo.
Vingan�a
A Scuderie Le Cocq foi criada nos anos 60 para vingar a morte do detetive Milton Le Cocq, assassinado pelo criminoso conhecido como "Cara de Cavalo". A Scuderie tinha como s�mbolo uma caveira sobre ossos cruzados e as letras E.M., interpretadas pela popula��o como iniciais de esquadr�o da morte, como eram conhecidos os pioneiros grupos de exterm�nio de suspeitos da pr�tica de crimes. Maggiolo nega. As letras significavam esquadr�o motorizado, disse ele. O grupo chegou a ter 7 mil associados. Nos anos 2000, a institui��o foi extinta.
Os integrantes voltaram a se reunir h� dois anos, com a inten��o de "resgatar a imagem do policial, muito corrompida com essa persegui��o da imprensa marrom". "Morre bandido e o eco vai para os quatro cantos. Policial morre todo dia e ningu�m fala nada", afirmou Maggiolo. A nova Scuderie se prop�e oferecer assist�ncia jur�dica para policiais acusados de crime no exerc�cio da fun��o e a defender a revoga��o do Estatuto do Desarmamento. Hoje, h� 100 cadastrados.