
Segundo o diretor do Departamento Geral de Pol�cia Especializada (DGPE), Ronaldo Oliveira, a identidade dos autores – a maioria, portadores de perfis falsos – ser� investigada, e eles ser�o intimados a depor. A atriz tamb�m deve ser ouvida esta semana. Ontem ela fez um desabafo em sua p�gina oficial no Facebook: “� muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas n�o podemos nos calar: na �ltima noite, recebi uma s�rie de ataques racistas na minha p�gina. Absolutamente tudo est� registrado e ser� enviado � Pol�cia Federal. E eu n�o vou apagar nenhum desses coment�rios.”
CAMPANHA
O epis�dio gerou como��o nas redes sociais, e a hashtag #SomosTodosTaisAraujo tornou-se uma das mais populares no Twitter, chegando ao terceiro assunto mais comentado na rede social no Brasil. Ap�s a pol�mica, a maioria das postagens racistas foi apagada pelos autores, mas diversos f�s da atriz disseram ter salvo as mensagens e que as encaminharia para den�ncia. A foto que recebeu coment�rios preconceituosos foi publicada em 2 de outubro e os ataques se referiam ao cabelo de Ta�s. At� a noite de ontem, o desabafo da atriz no Facebook acumulava mais de 400 mil curtidas e superava os 50 mil compartilhamentos.
Ta�s Ara�jo ressaltou que, “por ironia do destino”, ela est� em cartaz em S�o Paulo com a pe�a Topo da montanha, que faz alus�o ao �ltimo discurso de Martin Luther King, um dos mais importantes l�deres do movimento dos direitos civis dos negros no mundo, um dia antes de ser assassinado. King � interpretado na pe�a por L�zaro Ramos, marido de Ta�s. “Aproveito para convidar voc�, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que voc� est� precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor”, comentou a atriz em sua p�gina.
SOLIDARIEDADE
A campanha #SomosTodosTaisAraujo mobilizou milhares de f�s e muitos famosos amigos de Ta�s Ara�jo. A atriz Leandra Leal publicou mensagem de apoio, destacando a mensagem da companheira de profiss�o: “Muito obrigada por representar tanta coisa para todas as mulheres, por responder a agressividade com o amor e tamb�m por ser combativa e expor esse vergonhoso preconceito que nos assombra.” A cantora Preta Gil ressaltou a coragem da atriz e usou o caso para destacar sua luta contra o preconceito: “Como ela eu tamb�m sou atacada nas redes socias diariamente (no meu caso) por ser negra, gordinha e principalmente feliz e cercada de amor!!! N�o podemos admitir isso hoje e nunca!!”
A jornalista e apresentadora de TV F�tima Bernardes publicou mensagem de apoio a Ta�s e ressaltou a import�ncia de todos denunciarem ofensas sofridas em redes sociais. “Voc� fez o certo e espero que inspire muitas outras pessoas que passam pelo mesmo. Denuncie o racismo e a covardia de quem ofende achando que est� protegido pelo anonimato. Essa luta � de todos que desejam um mundo melhor.”
O que diz a lei
O crime de racismo, previsto na Lei 7.716/1989, implica conduta discriminat�ria dirigida a determinado grupo ou coletividade. Nesses casos, cabe ao Minist�rio P�blico a legitimidade para processar o ofensor. A lei enquadra uma s�rie de situa��es como crime de racismo. S�o mais comuns no pa�s os casos enquadrados no artigo 20 da legisla��o, que consiste em “praticar, induzir ou incitar a discrimina��o ou preconceito de ra�a, cor, etnia, religi�o ou proced�ncia nacional”. O crime de racismo � inafian��vel e imprescrit�vel, com pena de at� 3 anos.