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Estado de Minas

Pol�cia vai instaurar inqu�rito para investigar ofensas a Ta�s Ara�jo

Departamento especializado em crimes na internet vai rastrear autores dos coment�rios racistas contra a atriz, que publicou desabafo no Facebook


postado em 02/11/2015 06:00 / atualizado em 02/11/2015 08:00

(foto: João Miguel Junior/TV Globo/Divulgação)
(foto: Jo�o Miguel Junior/TV Globo/Divulga��o)
A Pol�cia Civil do Rio de Janeiro vai investigar a den�ncia de racismo contra a atriz Ta�s Ara�jo. Na noite de s�bado, uma foto publicada em seu perfil no Facebook recebeu diversos coment�rios ofensivos relativos � sua pele e seu cabelo. Depois de tomar conhecimento do epis�dio, a pol�cia determinou que um inqu�rito seja instaurado na Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica (DRCI) da capital fluminense. Casos como o de Ta�s Ara�jo, da jornalista Maria J�lia Coutinho, do Jornal Nacional e outros envolvendo n�o famosos reacendem frequentemente o debate sobre o cerco a esse tipo de crime cometido na internet. Somente no ano passado, a organiza��o n�o governamental (ONG) Safernet recebeu 86,5 mil den�ncias no Brasil, de 17,3 mil p�ginas com conte�do racista. Desse total, 11 mil (64,1%) estavam no Facebook.

Segundo o diretor do Departamento Geral de Pol�cia Especializada (DGPE), Ronaldo Oliveira, a identidade dos autores – a maioria, portadores de perfis falsos – ser� investigada, e eles ser�o intimados a depor. A atriz tamb�m deve ser ouvida esta semana. Ontem ela fez um desabafo em sua p�gina oficial no Facebook: “� muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas n�o podemos nos calar: na �ltima noite, recebi uma s�rie de ataques racistas na minha p�gina. Absolutamente tudo est� registrado e ser� enviado � Pol�cia Federal. E eu n�o vou apagar nenhum desses coment�rios.”

CAMPANHA

O epis�dio gerou como��o nas redes sociais, e a hashtag #SomosTodosTaisAraujo tornou-se uma das mais populares no Twitter, chegando ao terceiro assunto mais comentado na rede social no Brasil. Ap�s a pol�mica, a maioria das postagens racistas foi apagada pelos autores, mas diversos f�s da atriz disseram ter salvo as mensagens e que as encaminharia para den�ncia. A foto que recebeu coment�rios preconceituosos foi publicada em 2 de outubro e os ataques se referiam ao cabelo de Ta�s. At� a noite de ontem, o desabafo da atriz no Facebook acumulava mais de 400 mil curtidas e superava os 50 mil compartilhamentos.

Ta�s Ara�jo ressaltou que, “por ironia do destino”, ela est� em cartaz em S�o Paulo com a pe�a Topo da montanha, que faz alus�o ao �ltimo discurso de Martin Luther King, um dos mais importantes l�deres do movimento dos direitos civis dos negros no mundo, um dia antes de ser assassinado. King � interpretado na pe�a por L�zaro Ramos, marido de Ta�s. “Aproveito para convidar voc�, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que voc� est� precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor”, comentou a atriz em sua p�gina.

SOLIDARIEDADE

A campanha #SomosTodosTaisAraujo mobilizou milhares de f�s e muitos famosos amigos de Ta�s Ara�jo. A atriz Leandra Leal publicou mensagem de apoio, destacando a mensagem da companheira de profiss�o: “Muito obrigada por representar tanta coisa para todas as mulheres, por responder a agressividade com o amor e tamb�m por ser combativa e expor esse vergonhoso preconceito que nos assombra.” A cantora Preta Gil ressaltou a coragem da atriz e usou o caso para destacar sua luta contra o preconceito: “Como ela eu tamb�m sou atacada nas redes socias diariamente (no meu caso) por ser negra, gordinha e principalmente feliz e cercada de amor!!! N�o podemos admitir isso hoje e nunca!!”

A jornalista e apresentadora de TV F�tima Bernardes publicou mensagem de apoio a Ta�s e ressaltou a import�ncia de todos denunciarem ofensas sofridas em redes sociais. “Voc� fez o certo e espero que inspire muitas outras pessoas que passam pelo mesmo. Denuncie o racismo e a covardia de quem ofende achando que est� protegido pelo anonimato. Essa luta � de todos que desejam um mundo melhor.”

O que diz a lei

O crime de racismo, previsto na Lei 7.716/1989, implica conduta discriminat�ria dirigida a determinado grupo ou coletividade. Nesses casos, cabe ao Minist�rio P�blico a legitimidade para processar o ofensor. A lei enquadra uma s�rie de situa��es como crime de racismo. S�o mais comuns no pa�s os casos enquadrados no artigo 20 da legisla��o, que consiste em “praticar, induzir ou incitar a discrimina��o ou preconceito de ra�a, cor, etnia, religi�o ou proced�ncia nacional”. O crime de racismo � inafian��vel e imprescrit�vel, com pena de at� 3 anos.


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