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Estado de Minas

SP registra mais de um estupro por dia em 2015


postado em 25/11/2015 09:19

S�o Paulo, 25 - No ambiente dom�stico e familiar, pelo menos um caso de estupro foi registrado em m�dia por dia nas 130 Delegacias de Defesa da Mulher no Estado de S�o Paulo, entre janeiro e setembro deste ano. Foram 370 boletins de ocorr�ncia nos primeiros nove meses de 2015, segundo dados da Secretaria de Seguran�a P�blica (SSP), que consideram casos enquadrados na Lei Maria da Penha, ou seja, somente viol�ncia dom�stica. O n�mero de estupros consumados deste ano j� supera o total de casos registrados em todo o ano de 2013 (300) e de 2014 (350).

No Dia Internacional de Combate � Viol�ncia contra a Mulher, levantamento feito pelo jornal

O Estado de S. Paulo

aponta que existe uma tend�ncia para os tipos de viol�ncia dom�stica praticados contra a mulher. Em ordem, s�o: amea�a, les�o corporal dolosa, cal�nia/difama��o/inj�ria, dano e estupro consumado. Somente entre janeiro e setembro de 2015, 43.297 mulheres registraram boletins de ocorr�ncia em todo o Estado por amea�a. O segundo tipo de viol�ncia mais sofrido � a les�o corporal dolosa (37.194), seguida de cal�nia/difama��o/inj�ria (9.978), dano (754) e estupro consumado (370).

A promotora de Justi�a Gabriela Manssur, especializada em Viol�ncia Contra a Mulher, afirmou que, na periferia, a Lei Maria da Penha foi fundamental para um aumento de den�ncias por parte das v�timas. "A Lei conseguiu levar campanhas, projetos e atendimento para essas mulheres. Hoje elas t�m mais acesso � Justi�a e aos servi�os da rede protetiva do que h� alguns anos", disse. Em Tabo�o da Serra, na regi�o metropolitana de S�o Paulo, �rea de atua��o da promotora, o n�mero de processos de viol�ncia dom�stica subiu de 30 para seis mil nos �ltimos seis anos.

No extremo leste da capital, em Itaim Paulista, a assistente social Josiane Andrade Silva trabalha voluntariamente no atendimento de mulheres que sofrem viol�ncia. Ela atende v�timas de bairros vizinhos e at� do Graja�, bairro da zona sul de S�o Paulo, pelo projeto Bem Querer Mulher, criado em parceria com a ONU Mulheres. "Recebemos desde mulheres descal�as e at� aquelas de carro importado", conta.

Josiane diz que os n�meros oficiais de estupro consumado n�o retratam a realidade. "Milhares de mulheres sofrem viol�ncia sexual, mas n�o se exp�em. Para uma mulher chegar no atendimento e contar para mim que sofre viol�ncia sexual, tem que ter confian�a. At� porque, muitas delas, n�o consideram abuso. Elas acham que, pelo fato de serem casadas, s�o obrigadas a ter rela��es sexuais com o marido. A maioria n�o considera isso um abuso", explicou a assistente social.

No Ipiranga, zona sul, a psic�loga e gerente do Centro de Defesa e Conviv�ncia da Mulher, Vanessa Molina, atende cerca de 200 mulheres por m�s e diz que normalmente o agressor � o pr�prio companheiro das v�timas. "Muitas mulheres sofrem viol�ncia f�sica, mas muitas tamb�m s�o v�timas de viol�ncia psicol�gica e moral e nem sabem", afirmou. "H� casos de mulheres que j� sofrem viol�ncia h� mais de 10 anos. Normalmente, s� procuram ajuda quando chega numa situa��o extrema, ou quando a viol�ncia atinge os filhos ou quando ela cansou e resolve procurar ajuda."

Perfil

Do total de casos atendidos no n�cleo especializado do Minist�rio P�blico de S�o Paulo (MP-SP), 60% s�o reincidentes, ou seja, de homens que agridem as mulheres mesmo ap�s a den�ncia ter sido feita pela v�tima. Segundo Gabriela, n�o � poss�vel tra�ar detalhado perfil do agressor ou da v�tima. A idade do agressor, explica a promotora, pode variar de 18 a 65 anos. "Tem de morador de rua a empres�rio", destaca.

"N�o � cor, ra�a, religi�o ou classe social que define o agressor. Normalmente o perfil � de um homem que n�o consegue lidar com a conquista dos direitos e a n�o-submiss�o da mulher". Entre os casos de viol�ncia registrados no n�cleo do MP-SP, 80% envolveram uso de drogas ou �lcool.

J� entre as v�timas de viol�ncia, a faixa et�ria � de menores de idade at� mulheres de 65 anos. "S�o mulheres que, de alguma forma, sofrem algum tipo de depend�ncia econ�mica ou psicol�gica por acreditarem que o marido vai mudar o comportamento. S�o tamb�m aquelas que passam a ter medo dos companheiros porque os denunciaram e medo de que a Justi�a n�o d� � ela a prote��o necess�ria", afirmou a promotora.

A��es

A Secretaria da Seguran�a P�blica esclareceu que as pol�cias desenvolvem a��es para combater os crimes contra as mulheres. Al�m da cria��o de 130 Delegacias de Defesa da Mulher, foi sancionada em julho a cria��o da Promotoria de Combate � Viol�ncia Dom�stica. O resultado desse trabalho, destacou a pasta, foi a queda de 9,2% nos casos de estupros no Estado, de janeiro a setembro deste ano, em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado.

Os dados de viol�ncia contra a mulher publicados mensalmente no site da SSP se baseiam nos registros que se enquadram na Lei Maria da Penha. Os casos de amea�a apresentaram uma queda de 5,07% de janeiro a setembro deste ano, em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado. No mesmo comparativo, os casos de les�o corporal ca�ram 5,82%; os registros de cal�nia, inj�ria e difama��o, 0,6%; os de dano, 4,55%; e os de invas�o de domic�lio ca�ram 1,4%.

A secretaria salienta que os crimes contra a mulher que acontecem em ambiente familiar s�o dif�ceis de serem prevenidos pela natureza como s�o cometidos. Por isso, refor�ou a pasta, a Pol�cia Civil sempre orienta as v�timas sobre a import�ncia da den�ncia e do registro do boletim de ocorr�ncia. Al�m disso, solicita que todos os casos sejam representados para que a Justi�a possa decretar as medidas protetivas necess�rias.


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