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Estado de Minas

Comportamento machista leva � viol�ncia nas universidades, revela pesquisa

Levantamento mostra que 2,9 milh�es de mulheres j� sofreram algum tipo de viol�ncia f�sica nos campi


postado em 03/12/2015 20:33 / atualizado em 03/12/2015 20:44

O levantamento foi feito com 1.823 estudantes de todas as regiões do país(foto: NELSON ANTOINE/FOTOARENA/AE SP )
O levantamento foi feito com 1.823 estudantes de todas as regi�es do pa�s (foto: NELSON ANTOINE/FOTOARENA/AE SP )
Pesquisa feita com alunos de cursos superiores mostra que h� um comportamento “machista” por tr�s de atos de viol�ncia praticados contra mulheres em campi universit�rios p�blicos e privados. Os ataques incluem estupros e ass�dio sexual, al�m de outras humilha��es �s mulheres cometidas em festas estudantis, em recep��es aos calouros, no caminho de ida ou volta das salas de aula e outras circunst�ncias que favore�am as agress�es.

O levantamento – encomendado pelo Instituto Avon ao Data Popular – foi feito com 1.823 estudantes dos sexos feminino e masculino de todas as regi�es do pa�s, sendo que mais da metade dos entrevistados (51%) t�m entre 16 e 25 anos, 53% s�o da classe m�dia e 76% estudam em faculdades particulares.

“A pesquisa foi muito importante para quebrar um grande mito de que a viol�ncia contra a mulher est� fortemente ligado � escolaridade ou ao n�vel socioecon�mico de quem a pratica. Os muros das universidades n�o est�o imperme�veis ao machismo que acontece no restante da sociedade brasileira", disse Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

Segundo Meirelles, 2,9 milh�es de mulheres j� sofreram algum tipo de viol�ncia f�sica nas universidades. “Isso � mais do que a popula��o de 90% das cidades brasileiras." Para ele, isso atrapalha o bom desenvolvimento do aprendizado e gera uma consequ�ncia para o futuro profissional das mulheres.

Para o diretor, depois de formados, os universit�rios acabam levando para o seu dia dia os efeitos de um comportamento machista, que � multiplicado, e resulta em distor��es no mercado de trabalho. Um exemplo disso � o fato de as mulheres desempenharem as mesmas fun��es de um homem, mas recebendo sal�rios inferiores.

Do total de alunas consultadas, 42% declararam que j� sentiram medo de sofrer viol�ncia no ambiente universit�rio. Outras 36% contaram ter deixado de fazer alguma atividade em fun��o desse temor. Nos relatos, segundo o Data Popular, elas justificaram que “t�m a percep��o de que n�o apenas criminosos externos, mas tamb�m colegas, professores e parceiros do cotidiano podem ser protagonistas de viol�ncias, que v�o da desqualifica��o intelectual ao ass�dio moral e sexual, chegando ao estupro”.

Os casos de estupro foram apontados por 14% das estudantes, e 11% disseram j� ter sofrido tentativa de abuso sexual por estarem sob o efeito de bebida alco�lica. Em rela��o ao ass�dio sexual, 73% disseram conhecer casos; 56% declararam-se v�timas e 26% confessaram ter cometido algum tipo de ass�dio. H� situa��es de professores terem oferecido “presentinhos em troca de uma prova mais f�cil”.

ESTUPRADA DORMINDO
As entrevistas foram feitas pela internet. Uma estudante relatou que “uma menina foi estuprada na festa, dormindo. Em outra festa, soube que deram droga para outra sem ela saber, e tamb�m foi estuprada”. J� um dos alunos disse que “tem mulher que n�o se respeita, que usa umas roupas pra se oferecer”.

Os atos classificados como coer��o foram apontados por 12% das alunas entrevistadas, e 11% disseram ter sido coagidas a participar de desfiles, leil�es ou outras atividades degradantes. Para 27% dos alunos do sexo masculino � normal abusar de uma garota se ela estiver alcoolizada e 35% deles tamb�m n�o consideram ser viol�ncia coagir uma mulher a participar de atividades degradantes como desfiles e leil�es.

“Se n�o desnaturalizar o preconceito e a viol�ncia contra a mulher, ela vai continuar nutrindo as pr�ximas gera��es”, disse a presidente do Instituto Avon, Alessandra Ginante. Ela ressaltou que, desde os primeiros anos de vida, as crian�as s�o estimuladas a ter comportamentos distintos, o que parece normal para a maioria das pessoas.

Alessandra destacou que � comum, na fase da adolesc�ncia, a fam�lia deixar os meninos livres, fazendo o que querem, enquanto as meninas s�o educadas com controle de hor�rio, das roupas e das pessoas com quem se relacionam.

A pesquisa foi apresentada na terceira edi��o do F�rum Fale Sem Medo e faz parte do movimento 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Viol�ncia contra as Mulheres, promovido pelo Instituto Avon.


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