RECIFE, 03 - O governo federal vai mudar os crit�rios para a defini��o de casos de microcefalia. A decis�o, que come�ou a valer nessa quinta, 3, em Pernambuco e nos pr�ximos dias dever� ser estendida para todo o territ�rio nacional, reduz de 33 para 32 cent�metros o per�metro cef�lico do beb� considerado portador da m�-forma��o. Na pr�tica, menos pacientes ser�o considerados como casos "suspeitos".
"Est�vamos at� agora pecando pelo excesso. Adot�vamos uma marca mais r�gida do que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), que h� anos considera microcefalia apenas beb�s com per�metro cef�lico igual ou inferior a 32 cent�metros", afirmou a secret�ria executiva de Vigil�ncia em Sa�de de Pernambuco, Luciana Albuquerque.
O Estado lidera as estat�sticas de notifica��o de casos da microcefalia, cuja rela��o com o zika v�rus j� foi confirmada. At� a semana passada, eram 646 casos e 1.248 no Pa�s.
"Verificamos que somente uma pequena parte dos pacientes que est�o entre 32 e 33 cent�metros apresentava calcifica��es, uma esp�cie de cicatriz que se forma no c�rebro depois dos processos infecciosos", disse Angela Rocha, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). "N�o estamos relaxando os crit�rios. Agora, poderemos saber melhor o perfil dos beb�s que de fato t�m a m�-forma��o relacionada com o zika", afirmou.
A mudan�a dos par�metros come�ou a ser discutida h� uma semana, em uma reuni�o de especialistas organizada pelo Minist�rio da Sa�de, em Bras�lia.
Acompanhamento
Al�m da altera��o do crit�rio, Pernambuco anunciou nessa quinta, 3, que vai acompanhar as gestantes com suspeita de zika. A medida tamb�m dever� ser estendida para outros Estados para tornar mais �gil a identifica��o e o acompanhamento dos beb�s com microcefalia.
Em Pernambuco, as mulheres que apresentarem sintomas de zika - manchas pelo corpo, coceira, febre - ser�o encaminhadas para um servi�o de refer�ncia. Elas far�o exames e, na �ltima fase da gesta��o, a partir da 32.� semana, ser�o submetidas a um ultrassom. Atualmente, um exame j� � garantido, mas o per�odo em que � feito fica a crit�rio do m�dico.
Agora, havendo suspeitas de microcefalia, a mulher far� mais de um exame. "� na fase final da gesta��o que podemos avaliar com mais precis�o se o beb� tem ou n�o a m�-forma��o", disse Angela.
A gravidez n�o � considerada de risco e, mesmo que identificada a microcefalia do feto, a gestante continuar� na rede b�sica. A mudan�a ter� efeito sobretudo no atendimento do beb�. Uma vez diagnosticado, a ideia � deixar planejados exames e atendimentos necess�rios. O protocolo de Pernambuco tamb�m prev� a oferta de uma assist�ncia psicol�gica para gestantes. O acompanhamento tamb�m ser� �til para reunir informa��es que poder�o ser usadas por autoridades sanit�rias.
Minas
A Secretaria Estadual de Sa�de de Minas informou nessa quinta que investiga as causas de 11 casos de microcefalia. A inten��o � verificar se a m�-forma��o do cr�nio tem rela��o com o zika v�rus. Os registros foram feitos a partir do dia 11 de novembro, quando a notifica��o passou a ser obrigat�ria.
"Cabe destacar que esta investiga��o � um processo que envolve diagn�stico n�o somente do zika, mas de outros agentes que possam ser respons�veis pela m�-forma��o. Ent�o, a gente precisa fazer um diagn�stico laboratorial com um painel ampliado", disse Rodrigo Said, superintendente de Vigil�ncia Epidemiol�gica. Ele afirmou que ainda n�o h� confirma��o de que o zika esteja circulando no Estado. COLABOROU FL�RENCE COUTO, ESPECIAL PARA AE