Rio registra primeiros casos de chikungunya em seu territ�rio

Rio, 23 - O Estado do Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de chikungunya em seu territ�rio. At� ent�o, as pessoas diagnosticadas com o v�rus haviam sido contaminadas em viagens ao exterior ou ao Nordeste. Houve dez registros da doen�a em novembro, informou a Secretaria Estadual de Sa�de. Seis pacientes n�o tinham viajado. Isso demonstra que o v�rus chikungunya est� circulando no Estado, ao mesmo tempo em que h� surtos de dengue e zika.

Os casos de chikungunya foram registrados na zona oeste da capital. Para tentar conter a prolifera��o do v�rus, houve a��es de bloqueio nos quarteir�es em que os pacientes moram - al�m da passagem de fumac� pelas ruas, houve coleta de mosquitos com o equipamento chamado "bazuca aspiradora", que suga os insetos que est�o voando dentro de casa.

A preocupa��o da secretaria � que haja aumento de mortes por dengue. "A chikungunya � mais uma doen�a transmitida pelo mesmo Aedes aegypti, que apresenta sinais semelhantes � dengue e zika. Chikungunya n�o apresenta geralmente formas graves, o problema s�o as formas agudas e cr�nicas. Zika tamb�m n�o tem alta letalidade. A grande preocupa��o � em rela��o �s gr�vidas. Mas a dengue tem formas graves e com n�mero elevado de mortes se n�o for feito atendimento inicial adequado. O problema � confundir dengue com casos de zika ou de chikungunya", afirmou o subsecret�rio de Estado de Vigil�ncia em Sa�de, Alexandre Chieppe.

De acordo com Chieppe, a orienta��o da secretaria aos m�dicos � de que todos os pacientes sejam tratados como infectados por dengue. A secretaria est� finalizando as regras de conduta. O "protocolo de abordagem �nica para o paciente com s�ndrome febril aguda" ficar� dispon�vel em postos de sa�de, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e cl�nicas particulares.

"A orienta��o � tratar sempre como dengue. Depois, a suspeita pode ser descartada", afirmou Chieppe.

H� casos relatados na literatura m�dica de pacientes que tiveram duas viroses de uma s� vez. "A coinfec��o acontece, mas n�o � comum. A grande quest�o na circula��o simult�nea de tr�s v�rus n�o � o impacto do aumento do n�mero de casos, mas a necessidade de organizar a rede assistencial para fazer o diagn�stico correto da doen�a. Esse � o primeiro desafio. A experi�ncia que a gente tem � que uma epidemia suplanta a outra. N�o � comum relato de epidemias simult�nea", disse o subsecret�rio.

A grande dificuldade � que n�o h� ainda exames sorol�gicos confi�veis para zika. Esse tipo de exame mostra se a pessoa tem ou teve o v�rus a partir dos anticorpos presentes no organismo. Mas os testes confundem dengue, zika e chikungunya, o que leva os resultados a registrar falsos negativo ou positivo. Para identificar zika � preciso fazer o exame RNA PCR, que, pelo sequenciamento gen�tico do v�rus, identifica a presen�a do agente no corpo. O exame s� � eficaz se for feito at� o quinto dia de sintomas.

O Laborat�rio Richet informou que come�ar� a oferecer o teste de zika pela urina, ao custo de R$ 700. "Os ainda poucos estudos publicados mostram que o teste na urina pode ser mais sens�vel do que o feito no sangue, principalmente pelo fato de que o material gen�tico do v�rus pode ser detectado na urina por mais tempo do que no sangue, em m�dia at� o d�cimo dia ap�s o in�cio dos sintomas", afirmou o diretor-m�dico do laborat�rio, Helio Magarinos Torres Filho. O teste � feito em parceria com laborat�rio da Alemanha.

Boletim da secretaria informa que at� ter�a-feira, 22, foram registrados 84 casos de microcefalia no Estado; 69 dos quais beb�s j� nascidos, os outros 15 ainda em gesta��o. Trinta mulheres relataram o aparecimento de manchas vermelhas durante a gravidez. O n�mero representa aumento de 42% em rela��o � semana anterior, quando havia 59 beb�s com a m�-forma��o craniana. Tamb�m foram notificados sete casos da S�ndrome de Guillain-Barr� no Rio. Um dos pacientes teve manchas vermelhas.