Bras�lia, 15 - O resultado de um teste padronizado pela equipe da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (USP) refor�a a tese de que o zika v�rus est� intimamente relacionado � microcefalia. O exame, feito com base na an�lise do sangue, identificou a presen�a de anticorpos neutralizantes de zika na m�e e em um beb� com a m�-forma��o nascido na cidade paulista.
"Essa � mais uma pe�a que se encaixa no quebra-cabe�a", afirma o professor de infectologia da faculdade e coordenador do estudo, Benedito Antonio Lopes da Fonseca. A equipe liderada por Fonseca prepara agora uma pesquisa que, com apoio da Secretaria de Sa�de de S�o Paulo, vai acompanhar cerca de 3 mil gestantes at� o nascimento de seus beb�s. A expectativa � iniciar o monitoramento j� a partir do pr�ximo m�s. "Corremos contra o tempo. O ideal � seguir as gestantes em um per�odo em que h� maior risco de circula��o do zika", completou.
As gestantes ser�o recrutadas em Ribeir�o Preto. Pelos c�lculos da equipe da Faculdade de Medicina da USP, ao longo do trabalho ser�o feitas an�lises em cerca de 8 mil amostras de sangue de volunt�rias e, em outra etapa, dos beb�s. A partir desse acompanhamento, ser� poss�vel avaliar quais problemas as mulheres apresentam ao longo da gesta��o.
At� agora, foi comprovada a presen�a do zika em amostras coletadas do l�quido amni�tico de quatro fetos com microcefalia e em tr�s beb�s com a m�-forma��o, que morreram logo depois de nascer. As an�lises foram feitas pelo PCR, um exame que permite identificar o genoma do v�rus em amostras ou tecidos. Todas as m�es haviam apresentado sintomas semelhantes: febre baixa, manchas e coceiras pelo corpo.
O teste feito pela equipe de Fonseca deixou clara a infec��o da m�e, algo que at� agora era deduzido. "� um achado forte, que se junta ao conhecimento que vem sendo constru�do. Mas um dos aspectos mais relevantes do nosso trabalho � a obten��o de uma ferramenta que d� mais chances de se fazer um estudo prospectivo", avalia.
Para o professor, an�lises feitas atualmente mostram algo que ocorreu no passado. "H� ind�cios fortes de que a microcefalia no caso desses beb�s est� associada � infec��o da m�e pelo zika", disse. "Mas, para entendermos melhor o processo, para fazermos afirma��es categ�ricas, o ideal � realizar um estudo que acompanhe todo o per�odo: desde o in�cio da gesta��o at� o nascimento."
O teste foi feito em dezembro, em uma mulher que apresentou, no segundo m�s de gravidez, sintomas compat�veis com zika. Na �poca, ela vivia em Pernambuco. O beb�, uma menina, nasceu em Ribeir�o Preto.
N�meros
Boletim divulgado nesta semana pelo Minist�rio da Sa�de mostra que no Estado de S�o Paulo foram identificados, at� o momento, 17 casos suspeitos de microcefalia provocada por zika. Os casos foram registrados em dez cidades paulistas. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.