Bras�lia, 15 - O Brasil registrou as primeiras mortes por chikungunya desde que o v�rus foi identificado no Brasil, em 2014. Foram tr�s casos. Dois registrados na Bahia e um, em Sergipe. Todos os pacientes tinham idade avan�ada (85,83 e 75 anos) e traziam hist�rico de doen�as cr�nicas. Al�m dos �bitos, boletim divulgado nesta sexta-feira, 15, pelo Minist�rio da Sa�de traz outro sinal de alerta: o n�mero da doen�a praticamente duplicou em tr�s meses e os casos j� chegam ao Sudeste. At� o fim de setembro, haviam sido contabilizadas 12.691 infec��es. No relat�rio mais recente, foram informados 20.661 casos, um aumento de 62%.
A doen�a tamb�m se pulverizou. Num per�odo de tr�s meses, o n�mero de cidades com registro de casos saltou de 36 para 83, al�m do Distrito Federal. A lista de Estados atingidos cresceu de forma expressiva: de 4 para 10, al�m do Distrito Federal. Pela primeira vez, o Rio figura entre os estados com circula��o de casos: 12 ao todo.
Transmitido pelo Aedes aegypti, a chikungunya provoca sintomas semelhantes ao de sua prima mais conhecida, a dengue. H� um risco menor de ela provocar hemorragias. Por outro lado, pacientes com o v�rus t�m queixas mais frequentes de dores e limita��es nas articula��es - um problema que pode se tornar cr�nico.
O avan�o dos casos da doen�a no Brasil, como o Estado revelou semana passada, � uma clara mostra de que o n�mero de criadouros de Aedes aegypti � expressivo. O coordenador do Programa de Nacional do Controle de Dengue, Giovanini Coelho, afirma que desde que o v�rus foi identificado, h� um esfor�o para preparar os servi�os de assist�ncia para a doen�a e orientar profissionais de sa�de sobre como atender os pacientes.
Quando a chikungunya desembarcou no Brasil, infectologistas e autoridades sanit�rias previam um surto da doen�a, a exemplo do que ocorreu em outros pa�ses. A previs�o n�o se concretizou mas, a julgar pelos �ltimos meses, a expans�o da doen�a come�a a ganhar ritmo.
Uma das possibilidades para esse comportamento, afirma Coelho � que de alguma forma os v�rus dengue, chikungunya "competem" entre si, porque t�m um vetor em comum. "A hip�tese � a de que, com maior circula��o de dengue, o chikungunya encontra maior dificuldade de expans�o."
A expectativa � que, diante da epidemia de grandes propor��es de dengue registrada no Pa�s, o n�mero de pessoas suscet�vel ao v�rus tenha se reduzido - abrindo, ent�o, espa�o para maior circula��o do chikungunya e do zika. Esse � o grande temor das autoridades sanit�rias. No caso das duas doen�as, a esmagadora maioria da popula��o � suscet�vel, pois nunca teve contato com v�rus.
Dengue � transmitida por quatro sorotipos (1,2,3 e 4). Cada vez que a pessoa � infectada por um sorotipo, ela desenvolve imunidade, mas somente para o subtipo a que ela foi exposta. Ela somente ter� a doen�a se for infectada por outro sorotipo. Zika e chikungunya, por outro lado, apresentam apenas um subtipo.
Coelho atribuiu as mortes por chikungunya ocorridas no Brasil ao fato de pacientes infectados pelo v�rus terem uma idade avan�ada e doen�as pr�-existentes. "H� um risco maior nesses casos. A infec��o pode desestabilizar outros problemas que pacientes j� apresentam."