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Estado de Minas

Calouro da PUC de Campinas � 'crucificado' por veteranos em trote


postado em 22/01/2016 09:31

S�o Paulo, 22 - Um calouro da Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Campinas (PUC-Campinas) foi "crucificado" por veteranos em uma competi��o esportiva com outras universidades em setembro do ano passado. No mesmo evento, len��is usados pelos alunos no Hospital e Maternidade Celso Pierro, o hospital da PUC-Campinas, foram incendiados.

As imagens, obtidas pelo jornal

O Estado de S. Paulo

, foram registradas pelos pr�prios estudantes e divulgadas � �poca nas redes sociais, mas apagadas poucos dias depois. As a��es s�o alvo de sindic�ncia interna na PUC-Campinas, que pro�be o trote desde 2005. A institui��o confirmou que os fatos "est�o sendo apurados", mas que o processo est� em sigilo.

Os epis�dios aconteceram durante a Intermed, competi��o esportiva entre universidades paulistas de Medicina criada em 1966 e realizada tradicionalmente em setembro. Em 2015, foi realizada na cidade de Taquaritinga, no interior do Estado. O evento e a PUC-Campinas j� foram alvo de apura��es da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) que analisou os trotes e outras viola��es de direitos humanos nas institui��es de ensino paulistas.

Durante os jogos, o aluno foi obrigado pelos veteranos a subir em uma cruz montada pelos pr�prios estudantes para simular a crucifica��o de Jesus Cristo. Para ficar "pendurado", ele segurou duas cordas presas � madeira. O trote tinha rela��o com o nome do estudante, Jesus. A tinta azul que aparece no corpo do jovem na imagem tamb�m � parte do trote.

J� os len��is, que segundo relato dos estudantes foram furtados do hospital dos residentes, eram usados como material inflam�vel nas "papaveiras", estrutura de metal no formato do s�mbolo da Associa��o Atl�tica Carlos Oswaldo Teixeira (AAACOT), a atl�tica da Medicina. Trata-se de uma caveira com um bisturi, uma tesoura e um chap�u de cl�rigo em refer�ncia ao papa.

Assim como em outras faculdades de Medicina, o trote no local � cont�nuo e pode acontecer ao longo do ano, conforme relato dos estudantes � CPI. Desde as investiga��es, um grupo de alunos decidiu criar o Coletivo Semente, que passou a receber alunos e incentiv�-los a denunciar pr�ticas de trote, al�m de acolher poss�veis v�timas. "Este coletivo surgiu da necessidade da cria��o de um polo de integra��o entre as turmas. Pretendemos construir espa�os de discuss�o e debates envolvendo desde quest�es sobre a atual conjuntura da sa�de no Pa�s at� opress�es e desigualdade, especialmente as vivenciadas na nossa universidade", diz o texto de apresenta��o. O grupo foi procurado pela reportagem, mas n�o se manifestou. A AAACOT tamb�m n�o respondeu ao pedido de entrevista.

� reportagem, o presidente da atl�tica, Renato Morelli Berg, disse que as fotos foram feitas na abertura da Intermed, com a presen�a de 11 faculdades, quando a "criatividade" � importante para chamar a aten��o de outras torcidas. O aluno na cruz, segundo ele, levou a crucifica��o como uma "brincadeira". "Vale salientar que n�o existem amarras ou qualquer tipo de instrumento que causa dor f�sica ou mental na cruz. Nada � obrigado aos participantes, e a organiza��o do evento busca apenas conter os excessos", disse. Ele disse que a Atl�tica n�o tem conhecimento do uso dos len��is do hospital.

Demiss�es

No ano passado, a universidade j� havia demitido tr�s docentes da Faculdade de Ci�ncias M�dicas depois de um dossi� feito por alunos com relatos de abusos f�sicos e psicol�gicos por alunos veteranos e professores ser encaminhado � institui��o. Na mesma �poca, estes professores haviam sido chamados para depor na CPI do Trote acusados de perseguir alunos que fizeram as den�ncias de viol�ncia e tamb�m de estar presentes em festas e eventos em que aconteceram casos de viol�ncia contra os alunos. O motivo oficial das demiss�es, no entanto, n�o foi divulgado pela institui��o.

Entre as den�ncias estavam casos de abusos f�sicos, ofensas sexuais e trotes desumanos. As v�timas descreveram que os calouros eram obrigados a, por exemplo, simular sexo oral, andar em uma piscina de urina, fezes e v�mito, al�m de levar socos e tapas na cara.


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