S�o Paulo, 05 - Diante de tantos cuidados que devem ser tomados durante o carnaval, a precau��o com os olhos acaba ficando muitas vezes em segundo plano. Mas as espumas em spray utilizadas nos dias de folia podem prejudicar a vista. "Causa irrita��o local, alergia, queimadura e les�es na c�rnea e na membrana ocular", afirma Anibal Mutti, oftalmologista do Hospital 9 de Julho.
"O contato da subst�ncia com o olho � um trauma qu�mico que evolui conforme a quantidade que entra e o tempo que passa sem lavar. J� o trauma mec�nico � o impacto f�sico do jato de espuma que vai direto nos olhos", explica Marcus S�fady, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) e consultor do Instituto Varilux da Vis�o.
De acordo com Mutti, os danos podem acarretar problemas mais graves, como uma �lcera de c�rnea, caso n�o sejam devidamente tratados. "O mais importante � limpar com �gua corrente limpa, filtrada, mineral ou soro fisiol�gico, lavar bem, retirar toda a espuma e o material estranho dos olhos", salienta.
S�fady tamb�m recomenda cuidados imediatos se a espuma for lan�ada nos olhos, mas destaca a import�ncia de procurar um oftalmologista nos casos em que o paciente n�o melhorar. "Se ap�s a primeira hora, ainda apresentar sintomas como olhos vermelhos e vis�o turva, esse trauma qu�mico inicial pode se transformar em uma patologia, um trauma de c�rnea", afirma.
Mutti ressalta que carnaval � uma �poca especialmente problem�tica para os olhos por v�rios fatores. "Al�m das espumas, confetes e ciscos, as pessoas n�o fazem uma boa higiene das m�os nas festas, �s vezes cai bebida nos olhos e brigas s�o muito comuns nessa �poca. H� maior incid�ncia de ferimentos perfurantes oculares", alerta.
Em 2012, um projeto de lei apresentado pelo ex-deputado federal J�lio Campos (DEM-MT) tentou proibir a fabrica��o e comercializa��o de espuma em aerossol, argumentando que "esses produtos podem causar irrita��o na pele, nas mucosas, nos olhos, dificuldades na respira��o, al�m do risco de explos�o dos frascos recipientes". A proposta foi arquivada pelo Congresso em 2015.