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Estado de Minas

Bullying se torna debate obrigat�rio nas escolas do Pa�s


postado em 08/02/2016 08:49

S�o Paulo, 08 - Antes tabu nas escolas, o bullying ganha cada vez mais espa�o como tema de aula. Col�gios apostam em estrat�gias diversas - de cartilhas a teatros - para prevenir e combater esse tipo de viol�ncia. Uma lei federal, que come�a a vigorar nesta semana, vai obrigar toda as escolas a ter a��es contra o bullying.

Al�m dos estabelecimentos de ensino, a nova regra vale para clubes e agremia��es recreativas. Pais e professores tamb�m devem ser orientados sobre bullying - quando h� persegui��o sistem�tica, f�sica ou psicol�gica, presencial ou virtual. Outra previs�o � dar assist�ncia psicol�gica e jur�dica �s v�timas e aos agressores.

Na maioria das escolas, as a��es mais intensas s�o no ensino fundamental 2 (6� ao 9� anos), quando os alunos come�am a adolesc�ncia. O Col�gio Horizontes Uirapuru, em Cerqueira C�sar, regi�o central, usa psicodramas - pequenas dramatiza��es - para mostrar os efeitos do bullying aos estudantes dessa faixa et�ria.

"� eficiente porque um se p�e no papel do outro - da v�tima, do agressor ou de quem assiste", explica Gabriela Martins, diretora da escola. A reflex�o � feita ap�s o teatro, com base em situa��es cotidianas propostas pelos alunos. Eles tamb�m discutem cartilhas e s�o estimulados a criar campanhas internas sobre o tema.

No Col�gio Rio Branco, em Higien�polis, na regi�o central, a fic��o tamb�m � uma ferramenta de preven��o. Alunos do 7� ano do fundamental criam filmes em stop motion para discutir o bullying. Com papel�o, bonecos de pl�stico e massinha, eles filmam cenas que reproduzem casos de viol�ncia.

"J� vi aluno pedindo desculpas ao colega por reconhecer que fazia uma agress�o desse tipo", conta Jorge Farias, professor de Tecnologia e criador do projeto. "O principal objetivo � que eles proponham solu��es."

A vers�o online da viol�ncia � a que mais preocupa educadores. "Na rede social, eles se sentem protegidos, an�nimos", diz Farias. No Col�gio Horizontes Uirapuru, uma professora acompanha a timeline de alunos nas redes sociais, para identificar poss�veis problemas. O risco maior est� em grupos fechados, como os de WhatsApp.

Nem todas as escolas conseguem identificar e resolver os casos de bullying. A enfermeira Geisa Ara�jo, de 44 anos, tirou o filho de um col�gio particular da capital por causa da inabilidade da diretoria para tratar do problema.

Ap�s uma cirurgia cerebral, o filho de Geisa, hoje com 10 anos, ficou mais lento e com excesso de peso. "Os colegas chamavam de 'gordo nojento� e isolavam", conta. "No in�cio, n�o acreditei nele. S� vi de fato quando passei a lev�-lo todos os dias para a aula. Ele chorava, n�o queria ir para a escola."

Revoltada com a omiss�o do col�gio, que minimizou o caso, buscou outra escola, p�blica. "Eu me senti desamparada", reclama. "At� hoje, n�o desgruda de mim para nada."

A t�cnica de inform�tica Let�cia (nome fict�cio), de 40 anos, tamb�m reprovou a postura do col�gio p�blico onde o filho, de 14, estuda. "Em reda��es da escola, ele falava que sofria bullying e cortava os bra�os. Levei � escola e disseram que n�o podiam fazer nada", diz.

Ap�s press�o na Secretaria de Educa��o do munic�pio, no interior paulista, Let�cia conseguiu que o filho trocasse de classe. A dificuldade de relacionamento do garoto tamb�m fez com que a fam�lia buscasse ajuda m�dica. A avalia��o preliminar � de que ele tem autismo.

Aten��o

Segundo Marta Ang�lica Iossi, especialista em sa�de escolar, � importante que as escolas deem voz �s crian�as e adolescentes. "Muitos adultos encaram o bullying como natural da idade. Mas, quando causa sofrimento, n�o �."

Outra preocupa��o deve ser com o agressor. "Ele n�o deve ser punido, tamb�m precisa de ajuda. A maioria dos programas s� olha a v�tima", aponta ela, da Universidade de S�o Paulo (USP) em Ribeir�o Preto.

Para a psicopedagoga Maria Irene Maluf, � dif�cil lidar com os pais. "Muitos n�o veem a situa��o com clareza. Devem ser tratados ao lado da crian�a."

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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