Bras�lia, 13/02/2016, 13 - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pediu neste s�bado (13) mobiliza��o no combate a criadouros do mosquito Aedes Aegypti em Brazl�ndia, regi�o administrativa distante 40 quil�metros do centro de Bras�lia e que ostenta o recorde do n�mero de casos de dengue no Distrito Federal este ano.
Praticamente um 'ilustre desconhecido' no local, em nenhum momento o respons�vel pela autoridade monet�ria foi importunado publicamente sobre a alta dos juros e o combate � persistente infla��o, problemas que tamb�m afligem a popula��o.
Nas duas horas em que esteve na cidade, Tombini guardou o blazer com que chegou e vestiu a camisa do #zikazero. Ele discursou em defesa da uni�o de todos, poder p�blico e sociedade, com o objetivo de acabar com o foco do vetor, para uma plateia formada majoritariamente por pol�ticos e servidores p�blicos.
O presidente do BC visitou duas casas para conversar sobre o combate ao Aedes e, na �ltima das resid�ncias, que tamb�m � uma oficina mec�nica e borracharia, ainda fez quest�o de jogar um pneu usado em uma retroescavadeira, com direito a fotos. "A guerra contra o mosquito Aedes Aegypti s� obter� �xito com a participa��o intensa da popula��o brasileira", disse Tombini, em entrevista.
Questionado por jornalistas se era mais f�cil combater o Aedes do que a infla��o, o ministro esquivou-se ao dizer que era o "dia nacional de mobiliza��o" e que, se as pessoas incorporarem o h�bito de limpar os criadouros do mosquito, o vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya ser� diminu�do "significativamente", uma vez que n�o existe vacina para impedir a transmiss�o das doen�as causadas por ele. Antes, ele comparou esse h�bito ao uso do cinto de seguran�a.
O presidente do BC tampouco respondeu diretamente sobre o impacto econ�mico para o Pa�s da epidemia de doen�as causadas pelo Aedes, especialmente em raz�o dos Jogos Ol�mpicos. Disse que as a��es de combate ao vetor ser�o intensificada nos pr�ximos meses e frisou que o evento esportivo ocorre no inverno, o que naturalmente ajuda na diminui��o dos casos de doen�a transmitidas por ele. "Isso, por si s�, j� reduz a incid�ncia do mosquito", avaliou.
Em uma das casas visitadas, Tombini conversou com a pensionista Adelaide Lopes Lucas, de 79 anos. Ela teve dengue no final do ano passado e ficou internada. Disse que os agentes de sa�de nunca detectaram foco do Aedes em sua casa, o que a surpreendeu quando teve o diagn�stico. Mesmo sem saber qual a fun��o do presidente do BC no governo Dilma, ela se sentiu lisonjeada pela visita - que foi programada anteriormente pelos respons�veis pelo ato. "Muito chique", disse, ao comemorar o fato de n�o ter tido a dengue hemorr�gica.
Num evento que contou com a participa��o de deputados, secret�rios de Estado, autoridades das For�as Armadas, Tombini foi ciceroneado na maior parte do trajeto das visitas pelo governador em exerc�cio da capital, Renato Santana. No m�s passado, a cunhada dele, a enfermeira Maria Cristina Santana, de 42 anos, morreu de dengue hemorr�gica dias ap�s ter feito o teste r�pido para a doen�a em um centro de sa�de em Brazl�ndia.
O Distrito Federal j� conta desde o in�cio do ano com 1.794 casos confirmados de dengue, sendo que s� Brazl�ndia tem 420 deste total. Ainda assim, Santana disse em discursos que o DF tem feito um controle das doen�as transmitidas pelo Aedes e que a cidade recorde tem tido muitos casos notificados porque muitas pessoas do Entorno do DF procuram atendimento m�dico nela.
Pr�ximo ao final do encontro, quando j� se dirigia para o carro, Tombini passou por um constrangimento. O deputado distrital Juarez�o (PRTB), que tem forte atua��o na cidade, convidou-o para comparecer a primeira festa da goiaba - a cidade j� tem um tradicional festival de morango em setembro. O presidente do BC disse que iria comparecer. Ao ser perguntado por um rep�rter se j� teve caso de dengue na fam�lia, o deputado distrital respondeu por Tombini em tom brincadeira. "Acho que ele veio aqui para pegar." O presidente do BC n�o respondeu a provoca��o do deputado.