A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) lan�ou ontem um plano estrat�gico de resposta � epidemia de zika que prev� investimentos globais de US$ 56 milh�es. Pelos crit�rios de distribui��o dos recursos, o Brasil receber� a maior parte. As a��es previstas envolvem vigil�ncia, campanhas, controle do mosquito, cuidados m�dicos e pesquisa. Outros R$ 500 milh�es, de um fundo planejado para o ebola, podem ser destinados ao combate da emerg�ncia internacional causada pelo Aedes aegypti.
O principal objetivo do plano, segundo a OMS, � "investigar e dar respostas sobre a rela��o entre zika e microcefalia e outras complica��es neurol�gicas". Segundo a diretora-geral da entidade Margaret Chan, embora a zika fosse antes considerada uma doen�a branda, "a situa��o hoje � dramaticamente diferente". "Poss�veis liga��es com complica��es neurol�gicas e m�s-forma��es cong�nitas mudaram rapidamente o perfil de risco."
A OMS e a Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas) financiar�o US$ 25 milh�es, enquanto US$ 31 milh�es ser�o divididos entre o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef), o Fundo de Popula��o das Na��es Unidas (Unfpa) e outros parceiros. Embora a distribui��o dos recursos seja global, s� os pa�ses com presen�a do Aedes, da zika e de m�s-forma��es cong�nitas receber�o recursos em todas as �reas.
Apenas o Brasil preenche todos os quesitos. Pa�ses que t�m o mosquito, mas n�o t�m a presen�a de zika, por exemplo, s� receber�o recursos na �rea de vigil�ncia e controle do vetor. A preocupa��o com o Brasil � t�o grande que a partir da pr�xima semana autoridades sanit�rias de v�rios pa�ses, incluindo os Estados Unidos, vir�o ao Pa�s - al�m da pr�pria Margaret Chan, que desembarca dia 23.
Segundo o plano da OMS, quase US$ 15,5 milh�es ser�o investidos no engajamento das comunidades e mais de US$ 14,2 milh�es em assist�ncia �s pessoas afetadas. Ser�o distribu�dos US$ 7 milh�es para vigil�ncia - que inclui diagn�sticos e monitoramento da microcefalia -, mais US$ 6,4 milh�es para controle do Aedes aegypti e US$ 6,3 milh�es para pesquisas.
Fundo
J� o Banco Mundial trabalha na forma��o de um fundo internacional de US$ 500 milh�es para combate de pandemias que poderia ser utilizado no surto de zika. O assunto foi discutido ontem em Washington pelo presidente da institui��o, Jim Yong Kim e representantes da comunidade cient�fica, entre os quais o presidente da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos, Victor Dzau. A ideia de cria��o do fundo come�ou a ser discutida no ano passado, em resposta ao surto de ebola, e ganhou nova urg�ncia com o zika.
Os recursos do fundo seriam usados no apoio aos pa�ses afetados pelas doen�as e no fortalecimento de ag�ncias regionais. A arquitetura financeira da iniciativa ainda est� sendo discutida e deve envolver um misto de emiss�o de b�nus, contribui��o de pa�ses e instrumentos de seguro. Em semin�rio realizado ontem em Washington sobre zika, Dzau defendeu a necessidade de cria��o de uma infraestrutura global de combate a doen�as infecciosas. Um estudo americano apontou que pandemias podem custar perdas econ�micas de US$ 60 bilh�es/anuais. E seriam necess�rios gastos anuais de US$ 4,5 bilh�es para fortalecer a resposta global a essas emerg�ncias.
Mais cr�dito
O embaixador da Uni�o Europeia, Jo�o Gomes Cravinho, ainda anunciou ontem a abertura de uma linha de cr�dito de 10 milh�es de euros para financiar pesquisas relacionadas ao v�rus zika. A ideia � que cons�rcios formados por institutos, incluindo brasileiros, inscrevam-se para participar da disputa. As regras ser�o publicadas em mar�o e a expectativa � de que at� julho os trabalhos escolhidos sejam divulgados. "Este � um fen�meno da globaliza��o. Nenhum pa�s est� isento", avaliou.