WASHINGTON, 17 - A rela��o entre o v�rus zika e a s�ndrome de Guillain-Barr� � mais evidente do que a observada at� agora nos casos de microcefalia � reportagem o diretor da Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas) Marcos Espinal. Segundo ele, at� agora, o �nico pa�s das Am�ricas a registrar a m�-forma��o no c�rebro de beb�s � o Brasil. Se nos pr�ximos meses n�o aparecerem casos semelhantes em outras regi�es, ser� preciso investigar outras raz�es para o problema.
"Se o zika provoca microcefalia, n�s vamos come�ar a ver microcefalia na Col�mbia em junho, porque o v�rus chegou � Col�mbia em outubro", observou Espinal, que comanda o Departamento de Doen�as Transmiss�veis da Opas. "A evid�ncia com Guillain-Barr� � mais conclusiva. H� v�rios pa�ses com zika que est�o relatando aumento da s�ndrome, como Brasil, El Salvador, Col�mbia, Suriname, Venezuela e Polin�sia Francesa."
Espinal disse que � dif�cil estimar um prazo para a confirma��o da rela��o causal entre zika e microcefalia, mas ressaltou que o quadro dever� ficar mais claro em abril, quando ser� divulgado um estudo de casos que est� sendo feito no Brasil. Ainda que a situa��o seja menos conclusiva do que em rela��o � Guillain-Barr�, ele observou que h� evid�ncias "muito sugestivas" apontando para o zika na origem da microcefalia.
Na hip�tese de esse v�nculo n�o se comprovar, ser� necess�rio investigar se a m�-forma��o � provocada por outros v�rus ou pela influ�ncia de produtos t�xicos e qu�micos, afirmou Espinal. De acordo com ele, o zika j� est� presente em 26 pa�ses e territ�rios das Am�ricas. Apesar de o v�rus estar se movendo na dire��o norte, os Estados Unidos ainda n�o tiveram casos aut�ctones da doen�a e Espinal n�o espera que o pa�s experimente uma epidemia.
Em sua avalia��o, a regi�o ainda n�o viu o pico da doen�a, que dever� se espalhar para todos os pa�ses da Am�rica Latina e do Caribe.
D�ficit de conhecimento
O diretor da Opas foi um dos participantes de semin�rio que reuniu nesta ter�a-feira, 16, em Washington cientistas e m�dicos para discutir a epidemia de zika. Promovido pelo Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ci�ncias, o encontro tinha o objetivo de identificar as prioridades de pesquisas e de a��es de sa�de p�blica no combate ao v�rus.
Todos concordaram que h� um d�ficit de conhecimento da comunidade cient�fica em rela��o ao zika, v�rus pouco estudado que esteve fora do radar das pesquisas at� aparecer no Brasil, no ano passado. Desde sua descoberta, em 1947, at� um surto na ilha de Yap, em 2007, haviam sido registrados apenas 14 casos da doen�a no mundo.
"O que provocou o recente aumento? N�s n�o sabemos. Tudo ainda � um mist�rio para n�s", disse Ronald Rosenberg, respons�vel por doen�as infecciosas do Centro para Preven��o e Controle de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s).
Em sua opini�o, a prioridade para o Brasil � esclarecer a rela��o entre a doen�a e a m�-forma��o do c�rebro de beb�s. "Todos os relat�rios indicam que a microcefalia e a s�ndrome de Guillain-Barr� aumentaram no mesmo per�odo em que tivemos a epidemia de zika. Mas saber como essa conex�o acontece � complexo", observou.
Outra quest�o importante � o desenvolvimento de testes que permitam diagn�stico mais r�pido e preciso da doen�a.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.