
Implementado pela organiza��o n�o-governamental (ONG) Instituto Mar Adentro Promo��o e Gest�o do Conhecimento de Ecossistemas Aqu�ticos, com patroc�nio da Petrobras, o programa ampliou sua abrang�ncia nas �reas que comp�em o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, unidade de conserva��o local, para quatro conjuntos de ilhas do litoral do Rio, incluindo a Ilha Rasa e os arquip�lagos de Maric�s e Tijucas.
“Assim como ocorreu nas Cagarras, o objetivo � fazer um levantamento cient�fico do que havia ali, do que ocorria e o seu impacto”, disse � Ag�ncia Brasil o supervisor de Pesquisa Cient�fica do projeto, Carlos Rangel.
Flora e fauna
Na primeira e segunda fases, os pesquisadores fizeram o levantamento da biodiversidade marinha e terrestre da flora e da fauna e monitoramento das atividades, trabalhando em paralelo com a��es de mobiliza��o social e educa��o ambiental.
Foi descoberto um s�tio arqueol�gico tupi-guarani situado no cume da Ilha Redonda, datado por especialista do Museu Nacional no per�odo pr�-colonial brasileiro, compreendido entre 1435 e 1495.
“Voc� ter um s�tio arqueol�gico em uma ilha que era pouco estudada, dentro de uma unidade de conserva��o, j� � um dado bastante relevante”, avaliou Rangel. Foram mapeadas quase 200 esp�cies de plantas e 600 animais.
Dentre as esp�cies da fauna levantadas pelos pesquisadores, se destaca uma perereca de brom�lia (Scinax gr.perpusillus) que, embora n�o tenha sido ainda identificada, sinaliza ser uma nova esp�cie para a ci�ncia, porque vive dentro da brom�lia e tem a caracter�stica de ser exclusiva de ilhas costeiras, como as existentes na costa de S�o Paulo, disse Rangel.
“Provavelmente, � uma esp�cie nova para a ci�ncia porque ela se especializa dentro de uma ilha e n�o se locomove. Fica nessa ilha, dentro da brom�lia a vida toda”. Outra esp�cie coletada na Ilha Redonda foi uma barata sem asas (hormetica sp.) que abre a possibilidade de ser outra nova esp�cie para estudo cient�fico.
“� uma adapta��o evolutiva”, salientou o bi�logo. “� interessante porque a gente n�o s� identifica novas esp�cies, mas tamb�m novos registros, por exemplo, esp�cies que ocorriam at� o sul da Bahia e ocorrem tamb�m aqui, no sudeste do Brasil. � interessante porque � uma amplia��o da �rea de ocorr�ncia dessas esp�cies”, observou. “S� com conhecimento voc� consegue essas informa��es”.
Educa��o ambiental
Todas os dados coletados no campo de pesquisas s�o utilizados para a educa��o ambiental por meio de atividades que o projeto organiza, como exposi��es itinerantes e interativas, palestras em escolas e universidades e no centro de visitantes da Col�nia de Pescadores de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde se divulga o projeto, contribuindo para a prote��o dos ecossistemas.
A ONG Instituto Mar Adentro promove tamb�m um mutir�o de limpeza nas ilhas, que conta com a participa��o de volunt�rios e esportistas. “As atividades s�o boas para que os dados das pesquisas n�o fiquem s� com os pesquisadores e sejam repassados para o p�blico”. A terceira fase, que dever� come�ar ainda neste semestre, ter� como foco as Ilhas Cagarras e o arquip�lago de Maric�s. Os pesquisadores promover�o tamb�m a retirada de esp�cies ex�ticas. A iniciativa permite ao programa recolonizar as ilhas com esp�cies nativas.