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Estado de Minas

S�ndrome ligada ao v�rus zika paralisa hospital no Rio Grande do Norte


postado em 23/02/2016 09:37

Natal, 23 - No in�cio, era dorm�ncia nos dedos das m�os. Em dois dias, o microempres�rio C�cero Gomes da Silva Neto, de 47 anos, tinha perdido quase todos os movimentos. Ainda dirigiu 30 km entre Jardim de Piranhas, onde vive, e um hospital de Caic�, na regi�o do Serid�, a 275 km de Natal. Foi a enfermeira plantonista que fez o diagn�stico. "� Guillain-Barr�. J� vi um caso desses", disse para a mulher de Silva Neto, Idaliana.

Uma ambul�ncia o levou ao Hospital Estadual Walfredo Gurgel, principal emerg�ncia da capital potiguar. O microempres�rio ainda falava com dificuldade ao chegar. O m�dico avisou a fam�lia que a situa��o pioraria: os pulm�es foram afetados pela doen�a paralisante.

H� 20 dias, Silva Neto est� na UTI do hospital. Consegue mover os ombros - ganho obtido com fisioterapia. Respira por aparelhos. Est� completamente l�cido, mas sem nenhum dom�nio sobre o corpo. Faz movimentos desordenados para responder perguntas: sim, ainda sente muita dor nos tornozelos; n�o, o equipamento que o auxilia a respirar n�o causa desconforto. Balan�a a cabe�a em diferentes dire��es at� a fisioterapeuta intensivista perceber que quer as luzes apagadas sobre o leito, pois a paralisia afetou os nervos �pticos. N�o fecha os olhos. Nem ao dormir.

A doen�a apareceu ap�s os sintomas cl�ssicos de zika - marcas vermelhas no corpo, dores de cabe�a, febre. "Ele pensou que fosse dengue. A fam�lia chegou assustada e eu tive de avisar: vai piorar. Quando voc�s voltarem amanh�, ele estar� entubado. Vai entender o que voc�s falarem, mas n�o vai responder. � assim: piora antes de passar", contou o coordenador da UTI, Alfredo Jardim.

O drama de Silva Neto se mistura ao das emerg�ncias p�blicas superlotadas. No leito quase em frente, uma mulher se agita e o len�ol cai, deixando os seios � mostra. Os dois t�m sorte de ocupar vaga de UTI. Todos os dias chegam 20 pedidos por um leito de terapia intensiva. O corredor do Walfredo Gurgel est� abarrotado de pacientes em macas e cadeiras, esperando interna��o. O mau cheiro toma conta de todo o ambiente.

Na quarta-feira, um neurologista n�o p�de fazer a pun��o de l�quor em uma paciente com suspeita de Guillain-Barr� porque a mulher estava em uma cadeira. O exame, que consiste em retirar o l�quido que percorre a medula espinhal, s� poderia ser feito se ela estivesse deitada. O m�dico chamou o professor M�rio Em�lio Dourado, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para avaliar a paciente. N�o a encontraram mais; estava perdida em meio a dezenas de doentes espalhados pelos corredores. S� no dia seguinte Dourado soube que a mo�a ocupava o leito 251 da enfermaria.

Evolu��o

A Guillain-Barr� � desencadeada pela resposta do organismo a uma infec��o. Os anticorpos confundem o micr�bio com as c�lulas do sistema nervoso e as atacam. Na forma cl�ssica, a pessoa perde a sensibilidade de pernas e bra�os e tem paralisia facial. A insufici�ncia respirat�ria ataca 30% dos doentes. Mas h� variantes da s�ndrome: pacientes com fraquezas s� nas pernas; outros andam como se estivessem b�bados (desequil�brio de marcha), com paralisia no nervo �tico e perda dos reflexos; poucos sofrem de sonol�ncia excessiva. Alguns podem ter formas sobrepostas da s�ndrome. A maioria dos pacientes recupera as fun��es; 20% ficam com sequelas.

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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