O n�mero de casos de dengue aumentou 130% em duas semanas e ultrapassa 200 registros por hora no pa�s. Considerando os dados at� 6 de fevereiro, foram notificados 170.103 casos da doen�a no Brasil, ante os 73.872 registros do balan�o fechado em 23 de janeiro. Em rela��o ao ano passado, que teve recorde hist�rico de notifica��es, tamb�m houve aumento no n�mero de registros: foram 116.452 no mesmo per�odo.
No primeiro boletim oficial do ano, havia o registro de 2 casos por minuto, 120 por hora. Tr�s semanas depois, esse n�mero j� supera 3 por minuto. O n�mero de mortes, no entanto, caiu. Entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro, foram 9. No mesmo per�odo de 20015, houve 103.
Enquanto crescem as preocupa��es com o v�rus zika, a dengue, outra doen�a transmitida pelo Aedes aegypti, apresenta avan�o em todas as regi�es do pa�s. Desde o primeiro boletim divulgado pelo Minist�rio da Sa�de, que continha dados das duas primeiras semanas epidemiol�gicas, o Sudeste lidera em registros: no mais recente, relata 96.664 casos, seguido de Nordeste (25.636), Centro-Oeste (25.246), Sul (13.522) e Norte (9.035).
"Sempre que aumenta a tens�o para notifica��o, costuma ter um aumento maior que o habitual do n�mero de casos. Ter ao mesmo tempo uma epidemia de zika causa um grau de aten��o maior", explica o professor de infectologia da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) Celso Granato.
Granato, que tamb�m � diretor cl�nico do Grupo Fleury, diz que o n�mero expressivo de registros n�o o surpreende. "Est�vamos esperando. Sempre que temos relatos no per�odo intercr�tico (fora do ver�o) � um pren�ncio de que vai ter um aumento de casos." No ano passado, por exemplo, houve registros de dengue no estado de S�o Paulo at� em meses de frio, fora da �poca de pico da doen�a.
No entanto, o boletim oficial mostra uma queda nos registros paulistas pela metade - de 65.408 para 32.453, considerando as cinco primeiras semanas do ano. O avan�o no Sudeste foi alavancado por Minas, que passou de 6.517 para 48.098 notifica��es no per�odo analisado.
Trabalho constante
O infectologista da Unifesp destaca que, para controlar a epidemia, � necess�rio que os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti sejam constantes - n�o bastando apenas os mutir�es. "As pessoas negligenciaram a dengue, baixaram a guarda. Mas ainda tem muita gente que n�o teve a doen�a. Entre instituir uma mudan�a e termos resultados, pode demorar de tr�s a seis meses. � importante que as a��es continuem."
O balan�o do Minist�rio da Sa�de traz ainda a lista de munic�pios mais afetados pela dengue. Ribeir�o Preto, no interior paulista, � o l�der em registros nas cidades com popula��o entre 500 mil e 999 mil habitantes desde o primeiro levantamento, que considerava as duas primeiras semanas do ano.
Chikungunya e zika
A transmiss�o aut�ctone da febre chikungunya foi registrada em 14 unidades federativas desde 2014, quando o v�rus chegou ao pa�s. N�o h� registros de �bitos neste ano, mas tr�s pessoas morreram por causa da doen�a na Bahia e em Sergipe em 2015.
O novo boletim relata ainda que casos aut�ctones de zika foram registrados em 22 unidades da federa��o. Houve duas mortes, no Maranh�o e no Par�, com suspeita de rela��o com o zika - confirmadas em exames laboratoriais.