S�o Paulo, 07 - Com o surto antecipado de gripe H1N1 no Pa�s, o Minist�rio da Sa�de dobrou o pedido de antiviral feito ao laborat�rio respons�vel pela produ��o do medicamento e se prepara para tratar at� 2,5 milh�es de pessoas infectadas pelo v�rus at� o fim do ano. Se a demanda chegar ao �pice, ser� o maior n�mero de pessoas tratadas no Pa�s desde a pandemia da doen�a, em 2009. O recorde de tratamentos oferecidos foi em 2013, com 2 milh�es de caixas com dez c�psulas cada de oseltamivir distribu�das pela rede p�blica.
No in�cio deste ano, o minist�rio encomendou ao laborat�rio p�blico Farmanguinhos, da Fiocruz, quantidade de medicamento oseltamivir (Tamiflu) suficiente para tratar 1,5 milh�o de pessoas, o dobro do solicitado em 2015, quando 769 mil tratamentos foram pedidos. Al�m da nova remessa, o minist�rio conta ainda com 1 milh�o de tratamentos em estoque.
A encomenda de 2016 � a segunda maior em sete anos, inferior apenas ao volume pedido em 2010, quando ainda acontecia a pandemia e o minist�rio comprou da Farmanguinhos 1,7 milh�o de tratamentos, conforme dados do pr�prio laborat�rio. Com o fim do surto no mesmo ano, o estoque de medicamentos comprado do laborat�rio p�blico foi suficiente ainda para abastecer o Pa�s nos anos de 2011, 2012 e 2013.
A estimativa do n�mero de pessoas que ser�o tratadas neste ano pode crescer ainda mais se forem inclu�dos os lotes do medicamento nas dosagens infantis. Como a Farmanguinhos produz apenas as unidades de 75 miligramas, para adultos, a vers�o do oseltamivir para crian�as � comprada do laborat�rio Roche. A empresa n�o informou quantas unidades foram pedidas neste ano, mas afirmou que, no ano passado, foram vendidas ao governo federal 558 mil caixas do Tamiflu nas dosagens de 30 e 45 miligramas.
O minist�rio informou que a compra de medicamentos no Sistema �nico de Sa�de (SUS) segue o cronograma e a compra de oseltamivir � uma medida preventiva para evitar o desabastecimento em Estados e munic�pios. De acordo com o �rg�o, a distribui��o do rem�dio est� regular em todo o Pa�s e � feita conforme demanda estadual.
Para a infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) e integrante da Sociedade Internacional de Influenza e Doen�as Respirat�rias, o volume de antiviral encomendado pelo minist�rio reflete preocupa��o com o impacto da epidemia neste ano. "Com o que est� acontecendo em S�o Paulo, com casos precoces e �bitos, o minist�rio talvez esteja com uma preocupa��o de que esse surto possa ser igual aos de 2009 e 2013", diz ela. No ano da pandemia, 2.060 pessoas morreram no Pa�s por complica��es do H1N1. Em 2013, segundo pior surto, foram 768 �bitos. Em 2016, j� s�o 71 v�timas, mas o per�odo de pico de casos costuma ocorrer no inverno.
Sem p�nico
A m�dica diz que, embora a expectativa seja de crescimento de casos, n�o h� raz�o para p�nico na popula��o, pois cerca de 90% dos pacientes infectados evoluem bem espontaneamente. "O medicamento � indicado prioritariamente para pessoas com fatores de risco, para evitar poss�veis complica��es", diz.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.