
Em carta aberta aos bispos do Brasil, o senhor fala sobre a agenda anticrist� adotada pelo Partido dos Trabalhadores. Como � a aplica��o da ideologia de g�nero e orienta��o sexual no Plano Nacional de Educa��o (PNE)?
De modo mais intenso, politicamente, aqui no Brasil esta agenda est� sendo implementada pelo PT, de modo especial a partir do governo da Dilma Rousseff [� claro que iniciada com Fernando Henrique Cardoso, que com recursos da Funda��o Ford para as atividades do CEBRAP, aonde l� foram gestadas as estrat�gias de implanta��o da agenda, desde os primeiros passos da chamada “redemocratiza��o” etc.]. � no campo da Educa��o que o PT buscou mais intensamente disseminar a agenda anti-vida e anti-fam�lia, especialmente no af� de incluir a ideologia de g�nero no Plano Nacional de Educa��o (PNE), e depois nos demais planos estaduais e municipais. A ideologia de g�nero no PNE foi recha�ada pelo Congresso Nacional, em 2014, gra�as � mobiliza��o de muitos grupos crist�os. E continuou sendo combatida, com �xito, nas demais inst�ncias. Em Minas Gerais, h� muitos grupos ativos, que atuaram muito eficazmente. O representante do Movimento Legisla��o e Vida em BH � o Adrian Paz, aonde temos a��es e mobiliza��es em v�rios estados do Brasil.
Qual � a sua posi��o sobre a ideologia de g�nero?
Como cat�lico, n�o � poss�vel aceitar uma ideologia que atenta contra a dignidade da pessoa humana, em todos os aspectos. Falei sobre o assunto na Comiss�o de Educa��o, na C�mara dos Deputados, em agosto do ano passado, explicando que na verdade o que est� havendo � uma “pervers�o dos direitos humanos”, pervers�o esta que desde o Relat�rio Kissinger, nos anos 70, se buscou “disfar�ar as pol�ticas de controle de natalidade sob a apar�ncia de direitos humanos”, atrav�s de uma ideologia que � a “mais radical da hist�ria”, de falsas premissas filos�ficas, a defender com obsess�o a irrealidade, a argumenta��o ideol�gica de que “toda pessoa poderia construir livremente seu sexo psicol�gico ou g�nero”. O terr�vel caso dos irm�os Reimer comprovam cient�fica e historicamente a fal�cia e o horror de tal ideologia. Apresentei tamb�m o estudo cient�fico do Prof. Massimo Gandolfini, “Gen�tica e neurobiologia da diferen�a sexual”5, apresentado em Perugia (It�lia), em Congressos sobre “Identidade de G�nero – aspectos sociais, m�dicos, bio�ticos e jur�dicos”, onde ele mostra claramente as diferen�as e caracter�sticas do c�rebro humano – do homem e da mulher, confirmando empiricamente que h� sim, as distin��es sexuais, homem e mulher, que h� distin��es muito espec�ficas de identidade masculina e feminina, e que, de modo algum, � evident�ssimo, que estas distin��es n�o s�o jamais constru��es sociais.
O que representa a inclus�o da ideologia de g�nero no Plano Nacional de Educa��o de estados e munic�pios?
Os objetivos dos que querem implantar a ideologia de g�nero s�o a destrui��o da fam�lia e a seculariza��o, para alcan�ar os meios pelos quais se toleram alguma forma de deprava��o e viol�ncia sexual em rela��o �s crian�as. Por isso as crian�as s�o as maiores v�timas dessa terr�vel ideologia, as que j� est�o expostas a situa��es de abusos decorrentes do que tal ideologia permite, s�o as que est�o mais vulner�veis e, muitas vezes, as que n�o tem a quem recorrer, porque, no af� de destruir a fam�lia, o Estado acaba sendo o agente opressor da fam�lia, quando deveria ser o grande defensor daquela que � a primeira e principal institui��o humana.
Qual ser� o impacto dessa aprova��o nas fam�lias?
Hoje vemos mais intensamente uma guerra declarada contra a fam�lia, em que as for�as da cultura da morte agem com mais converg�ncia e uma ampla gama de recursos (inclusive p�blicos), para com mais ousadia e at� insanidade, fazer a imposta��o de uma ideologia contr�ria � humanidade, ao que � verdadeiramente humano em cada pessoa. Com esta agenda, o governo do PT (de modo mais intenso) se volta contra o povo brasileiro, que n�o a aceita naturalmente, mas o governo ignora o que o povo pensa e sente a respeito, e quer praticar descaradamente a doutrina��o marxista-liberal do feminismo radical nas escolas, sem levar em conta o direito dos pais em educar seus filhos, agindo contra portanto a autoridade dos pais, autoridade esta que a ideologia de g�nero quer minar.
Na Carta Aberta aos Bispos do Brasil, o senhor fala que a CNBB se omite quanto a influ�ncia do lulopetismo dentro da Igreja, tendo em vista o governo do PT promover a agenda antivida e antifam�lia, a agenda abortista. Por qu�?
A omiss�o n�o est� em reconhecer a pervers�o da ideologia de g�nero. A CNBB publicou uma nota contra a inclus�o da ideologia de g�nero nos planos de educa��o em junho do ano passado. A omiss�o (que n�o � de todos os bispos, mas da parte do clero mais progressista) � em reconhecer os efeitos nefastos do lulopetismo dentro da Igreja (especialmente em pastorais sociais, da terra, da juventude etc.), imbu�do dos equ�vocos da teologia da liberta��o, cujos danos na dimens�o da f� e da pol�tica, s�o evident�ssimos. Infelizmente, o lulopetismo grassou na igreja e na sociedade, chegando aonde chegou, por omiss�o de alguns bispos que foram seduzidos pelo populismo e pela demagogia.
Quais s�o os danos causados, aos quais o senhor refere, causados pelo Partido dos Trabalhadores � sociedade brasileira.
Os efeitos de tais danos a� est�o, escancarados pela Opera��o Lava Jato, que mostrou um modus operandi de pr�tica pol�tica que n�o condiz com os princ�pios e valores da doutrina moral e social da Igreja, por isso , os cat�licos esperam uma palavra mais clara dos Bispos (menos d�bia e menos t�bia) sobre os prop�sitos de “um partido revolucion�rio, de ide�rio socialista, aliado de governos comunistas e ditatoriais (especialmente Cuba), que emergiu com a bandeira da �tica para chegar ao poder e depois dilapidar o estado brasileiro, aparelhando as institui��es e implementando a agenda antivida e antifam�lia das funda��es internacionais”, como expusemos na Carta.
