S�o Paulo, 11 - A procura pela vacina contra a gripe H1N1 tem provocado filas em cl�nicas particulares em todas as regi�es do Pa�s, mesmo em Estados sem registros de mortes em decorr�ncia da doen�a. Do Recife a Santa Catarina, faltam imunizantes para atender � demanda e estabelecimentos passaram a agendar o atendimento para evitar a espera na porta.
Com 71 mortes confirmadas no Pa�s at� sexta-feira, o Minist�rio da Sa�de deixou a cargo dos Estados a antecipa��o da campanha de vacina��o, prevista para come�ar no dia 30. Estados com mais mortes at� agora, S�o Paulo e Santa Catarina come�aram a imunizar profissionais de sa�de na semana passada. Nesta segunda, 11, come�a a vacina��o para os grupos considerados priorit�rios: crian�as de 6 meses a 5 anos, idosos e gestantes.
Mesmo sem nenhuma morte pela doen�a registrada em Pernambuco, a procura pela imuniza��o no Recife � grande desde o in�cio do m�s. A dentista Samanta Guerra, de 31 anos, moradora do Recife, tentou por tr�s vezes na �ltima semana vacinar os g�meos Lucas e Daniel, de 2 anos. Decidiu viajar para a Para�ba em busca da imuniza��o.
"Minha irm� mora em Jo�o Pessoa e conseguiu fazer a reserva de duas doses para meus filhos. Cansei de tentar por aqui. Na sexta, passei quatro horas em uma fila e, pouco tempo antes de sermos atendidos, a vacina acabou", diz.
Propriet�ria de uma rede com quatro cl�nicas, a empres�ria Juliana Souza est� preocupada em n�o conseguir atender seus clientes. "Na semana passada, em um s� dia, aplicamos mais de 3 mil vacinas, e a lista de espera n�o para de crescer. As vacinas chegam e acabam horas depois. E n�o tenho como ampliar a oferta, porque meus fornecedores tamb�m n�o d�o conta da procura."
Em Santa Catarina, apenas metade das cl�nicas tem a vacina dispon�vel. As demais est�o agendamento atendimento, para quando as doses chegarem. O Estado j� confirmou seis mortes pela doen�a at� a semana passada.
A comerci�ria Gorethe Maniski, de 48 anos, por�m, n�o sabia dos agendamentos e acabou perdendo a viagem at� uma cl�nica em Florian�polis. "Fico preocupada. Toda semana aparece uma nova morte", diz.
Em Cuiab�, em Mato Grosso, a morte de um homem de 73 anos pelo H1N1 provocou uma corrida pela imuniza��o. O estoque da cidade zerou na quinta-feira. Tamb�m l�, o atendimento est� sendo agendado.
A procura fez aumentar o pre�o do imunizante. At� este m�s, a dose custava entre R$ 80 e R$ 100. Na semana passada, j� valia, em m�dia, R$ 130. A assistente social Maria Aparecida Sena levou a filha, Maria Luiza, de 6 meses, para ser vacinada, mas foi informada de que as doses chegam nos pr�ximos dias. "A vacina est� cara, mas, nessa hora, a gente nem pensa nisso."
Segundo a Secretaria de Sa�de de Mato Grosso, 24 cidades t�m registro da doen�a e nove mortes est�o em investiga��o.
Interior
Uma longa fila vem se formando todos os dias na frente da �nica cl�nica particular de vacina��o de Frutal, a 620 km de Belo Horizonte. "Come�a por volta das 5h30. �s 7h, as pessoas come�am a entrar e, �s 7h30, n�o tem mais nada", afirma o atendente de farm�cia Samuel Teot�nio Silva J�nior. A cidade registrou as duas mortes em Minas por H1N1, conforme dados da Secretaria de Sa�de.
"O pessoal aqui est� cismado", diz o aposentado Jo�o Batista da Cruz, de 73 anos. Ele, no entanto, desistiu de esperar pela vacina na fila.