Rio, 22 - Morador de S�o Conrado, o administrador Guilherme Miranda, de 42 anos, que usava a Ciclovia Tim Maia todos os dias desde a inaugura��o, estava pr�ximo no momento do acidente e testemunhou a queda de pelo menos tr�s pessoas no mar. "Vi a estrutura desmoronar como se fosse de papel", relatou.
Segundo o administrador, as v�timas despencaram no mar e os corpos boiaram por cerca de 30 minutos at� a chegada dos bombeiros. "Aqui � um lugar que tem ressacas de, no m�nimo, o dobro do tamanho dessa. Como o governo entrega uma obra fr�gil assim?", questionou, referindo-se � fama das ressacas em S�o Conrado - n�o raro as ondas, grandes e fortes, invadem o cal�ad�o da praia.
O engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque, de 54 anos, corria na ciclovia quando as ondas destru�ram o trecho onde ele estava. O capit�o m�dico da Aeron�utica Jo�o Ricardo Tinoco, cunhado dele, foi quem reconheceu o corpo.
"Era um dia de lazer, de sol, de contemplar a natureza, e a desgra�a surge no caminho de quem s� queria o bem. � inadmiss�vel", desabafou Tinoco na Praia de S�o Conrado, onde os corpos foram deixados por guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, que os recolheram no mar.
Albuquerque morava em Ipanema e corria de casa at� o Leblon para chegar ent�o � ciclovia - um trajeto comum entre as pessoas adeptas da corrida e que vivem na regi�o. A mulher do engenheiro, a m�dica Eliane Albuquerque, soube do desabamento pela televis�o e desconfiou que o marido pudesse estar entre as v�timas. Ao ver o corpo na praia, ela se desesperou e se mostrou indignada. O casal tem um filho de 15 anos.
Irm�o de Eliane, Tinoco estava perto da ciclovia no hor�rio do acidente e recebeu um telefonema da m�dica para que fosse at� a praia. "Minha irm� ficou desconfiada ao saber da queda da ciclovia. Como o marido havia sa�do para correr, ela associou e pediu para que eu visse os mortos. Infelizmente, reconheci o corpo de meu cunhado."
� noite, a segunda v�tima foi identificada como Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos. H� ainda a possibilidade de ter morrido tamb�m uma terceira pessoa.
Desespero
O aposentado Dami�o Ribeiro, de 60 anos, pescava na Avenida Niemeyer e foi surpreendido por uma onda maior do que de costume. "Estava pescando quando uma onda enorme veio e suspendeu uma das pe�as na base da pista. Um casal e uma pessoa que tirava fotos na mureta da pista ca�ram. N�o deu para socorrer."
"Por sorte n�o morri", disse o manobrista de carros Gerson Magalh�es, de 33 anos, que tamb�m passeava de bicicleta no momento do acidente. "Estava passando com muito medo porque as ondas estavam fortes e molhavam a pista. Quando vi que elas ficavam ainda maiores, acelerei a bicicleta e passei pelo trecho que desabou segundos antes dele ruir."
Morador da Favela do Vidigal, na frente da ciclovia, Juan Reis, de 16 anos, tentou alertar duas mulheres que caminhavam a sua frente, uma de cerca de 18 e outra de 40 anos, sobre o perigo das ondas.
"Como sou surfista, alertei a senhora que estava na ciclovia para ela se retirar, pois as ondas estavam muito fortes, mas ela n�o me ouviu e continuou. Quando a onda veio, eu acelerei. Cheguei a me molhar. As duas mulheres ca�ram", contou o adolescente. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.