
Corpo de Bombeiros do Rio vai realizar buscas por outras poss�veis v�timas do acidente na Ciclovia Tim Maia por at� tr�s semanas. O comandante das unidades de salvamento mar�timas, Marcelo Pinheiro, afirmou que a corpora��o trabalha com a possibilidade de que haja at� mais tr�s corpos no mar. Ainda n�o houve a confirma��o de novas v�timas, j� que ningu�m procurou a Defesa Civil em busca de parentes desaparecidos ap�s o desabamento da ciclovia.
"As buscas a�reas v�o continuar at� duas ou tr�s semanas porque os corpos demoram de 3 a 15 dias para emergir � superf�cie. Al�m disso, eles podem se descolar a dist�ncias muito grandes. Podem ser encontrados at� na praia do Recreio dos Bandeirantes", explicou Pinheiro.
Segundo o relato de testemunhas, pelo menos mais tr�s pessoas teriam ca�do da pista, que ruiu em um trecho de aproximadamente 50 metros. Ciclistas que passavam no local disseram que uma das v�timas desaparecidas seria uma mulher que tirava fotos do celular, encostada na mureta da pista.
Os corpos de dois homens resgatados no mar, anteontem, j� foram identificados. O primeiro foi o do engenheiro Eduardo Albuquerque, de 53 anos. Ele morava em Ipanema e corria de casa at� o Leblon. A mulher dele, a m�dica Eliane Albuquerque, viu o acidente pela televis�o e suspeitou que o marido pudesse mesmo estar entre as v�timas. Ficou desesperada ao ver o corpo na praia. O casal tem um filho de 15 anos.
A segunda v�tima a ser identificada foi o gari comunit�rio Raimundo Severino da Silva, de 60 anos.

S�rie de falhas
O desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia se soma a uma s�rie de problemas em obras da prefeitura do Rio na �ltima d�cada. Constru�do para ser "o mais moderno da Am�rica Latina", o Est�dio Ol�mpico do Engenh�o, no bairro do Engenho Novo, zona norte do Rio, finalizado em 2007 para os Jogos Pan Americanos daquele ano, ficou fechado por 23 meses, entre 2013 e 2015, por problemas estruturais em sua cobertura.
Primeira obra do Pan, o est�dio, que receber� provas de atletismo nos Jogos Ol�mpicos, em agosto, foi or�ado em R$ 60 milh�es, mas seu custo ao final alcan�ou os R$ 380 milh�es. Em junho de 2013, a prefeitura anunciou que a cobertura teria de passar por um refor�o estrutural imediato, pois um erro de projeto poderia causar um desabamento. Os custos ficaram com os cons�rcios Delta/Racional/Recoma e OAS/Odebrecht, cada um respons�vel por uma fase das obras.
Tamb�m constru�da para os jogos de 2007, a Vila do Pan, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, que abrigou atletas de 42 pa�ses e depois teve as unidades residenciais comercializadas, sofreu com afundamento de solo antes mesmo do in�cio das competi��es. A vila, um condom�nio de 17 pr�dios, com 1.480 apartamentos, a cargo da construtora Agenco, foi erguida em uma extensa �rea arenosa, e dois trechos longos do terreno cederam, formando crateras imensas. Lajes e estacas foram destru�das com isso.
Obra ol�mpica, o BRT Transoeste, corredor exclusivo de �nibus, tamb�m apresenta falhas. Inaugurado em 2012, com 52 quil�metros de extens�o, entre Campo Grande e o Terminal Alvorada, na zona oeste, a pista de tr�fego r�pido logo apresentou sinais de que n�o suportaria a grande quantidade de ve�culos lotados esperada. Surgiram buracos e ondula��es e tamb�m falhas nas faixas divis�rias entre o corredor exclusivo de �nibus e as que servem aos demais ve�culos. An�lise de especialistas mostrou que o material usado na pavimenta��o n�o era adequado ao peso dos ve�culos e �s altas temperaturas do Rio.