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Estado de Minas

Descobertos recifes na foz do Rio Amazonas


postado em 23/04/2016 10:43 / atualizado em 23/04/2016 11:49

Fragmentos de recifes superficiais (à esquerda) e correspondentes em imagens petrográficas (à direita) dos setores Norte (A e B, de 120 m de profundidade), Central (C e D, 60 m) e Setores do Sul (E e F, 23 m).(foto: Science Advances/ Reprodução)
Fragmentos de recifes superficiais (� esquerda) e correspondentes em imagens petrogr�ficas (� direita) dos setores Norte (A e B, de 120 m de profundidade), Central (C e D, 60 m) e Setores do Sul (E e F, 23 m). (foto: Science Advances/ Reprodu��o)
Cientistas brasileiros descobriram um gigantesco ecossistema recifal "escondido" debaixo da pluma de �gua barrenta do Rio Amazonas que se derrama sobre o oceano na costa norte do Brasil - um lugar onde, teoricamente, esse tipo de ambiente n�o deveria existir.

Alojado em �guas profundas, de at� 120 metros de profundidade, o sistema todo � maior do que a regi�o metropolitana de S�o Paulo. Tem cerca de 9,5 mil quil�metros quadrados, estendendo-se do norte do Maranh�o at� a Guiana Francesa.

A descoberta, relatada ontem na revista Science Advances, foi confirmada em uma pesquisa realizada em 2014 com o navio Cruzeiro do Sul, da Marinha. Os cientistas suspeitavam que poderia haver recifes ocultos na foz do Amazonas, por causa de algumas coletas pontuais, feitas anteriormente por pesquisadores americanos, e da alta produtividade da pesca regional de lagosta, pargo e outras esp�cies marinhas naturalmente associadas a ecossistemas recifais.

Ainda assim, quando puxaram as primeiras redes de coleta para cima, n�o acreditaram no que viram: uma enorme abund�ncia de esponjas coloridas, corais e rodolitos - n�dulos calc�rios constru�dos por algas coralin�ceas, tamb�m presentes em outros ecossistemas recifais do Nordeste.

"Descobrir um sistema desse tamanho e com essa complexidade nos dias de hoje � um alerta sobre o nosso desconhecimento dos ecossistemas marinhos brasileiros", diz o pesquisador Rodrigo Le�o Moura, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que liderou o estudo.

A maioria dos recifes est� na faixa de 60 a 80 metros de profundidade, onde a quantidade de luz j� � �nfima. Pior ainda quando se est� debaixo da pluma de sedimentos do rio, que pode variar de 5 a 25 metros de espessura e se espalhar por at� 2 milh�es de km2, dependendo da �poca do ano.

Por causa dessa escassez de luz, a paisagem dos recifes � dominada por esponjas e algas duras (coralin�ceas), em vez dos tradicionais corais - que dependem da fotoss�ntese para sobreviver.

"� um ambiente muito mais complexo do que a gente imaginava", diz o bi�logo Gilberto Amado Filho, do Instituto de Pesquisas Jardim Bot�nico do Rio de Janeiro.


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