'A ordem � evitar passar perto dali', diz surfista sobre trecho de ciclovia

Rio de Janeiro, 26 - A cerca de 500 metros do trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou na quinta-feira, 21, existem duas �reas em que surfistas mais ousados encaram ondas de at� 5 metros de altura, conta Carlos Burle, de 48 anos, mundialmente famoso por surfar ondas gigantes - em outubro de 2013, ele chegou a surfar uma de 30 m, em Nazar�, Portugal.

"Costumo usar um trecho do mar na dire��o de S�o Conrado, mas h� um outro ponto muito frequentado por surfistas, conhecido como Laje do Sheraton, na dire��o da Praia do Vidigal", diz.

Burle mora a cerca de 300 metros da Praia de S�o Conrado. Ao acordar na quinta-feira passada, ele se espantou com o barulho provocado pela arrebenta��o. "Me chamou a aten��o porque a for�a das ondas estava maior, dava para ouvir de onde eu estava", lembra.

As condi��es do mar dependem da mar�, do vento, das demais condi��es atmosf�ricas e at� da Lua. "A faixa de areia estava tr�s vezes maior do que o habitual, isso tamb�m influencia na arrebenta��o", diz o surfista.

Habituado ao mar revolto, Burle sabe dos riscos de ficar perto de uma costa rochosa como a da Avenida Niemeyer, porque a for�a das ondas pode lan�ar a pessoa contra as pedras. "A gente s� vai at� ali para resgatar pessoas ou recolher equipamentos. Mesmo quando n�o h� ressaca mar�tima, a ordem para todo surfista � evitar passar perto dali", afirma.

Segundo o surfista, campe�o mundial de ondas gigantes em 2001 em Maverick, na Calif�rnia, existe risco tanto quando a onda est� se formando e empurra a pessoa contra as pedras como quando est� se retraindo, porque, se nesse momento encontra outra onda no sentido oposto, o choque entre ambas lan�a a pessoa para o alto.

Her�i

Burle foi ainda quem salvou da morte, tamb�m em Nazar�, a surfista Maya Gabeira, desacordada ap�s ser derrubada por uma onda de quase 20 metros, em 2013. As imagens do salvamento, feito em jet ski, foram transmitidas em todo o mundo.

Na noite de quarta-feira passada, cerca de 12 horas antes do desabamento parcial da ciclovia, a for�a das ondas destruiu parte do cal�ad�o de S�o Conrado. A ressaca mar�tima se estendeu pelo dia seguinte. O mar s� ficou mais calmo no s�bado.

A ressaca e as grandes ondas s�o habituais no outono e inverno e h� d�cadas causam estragos na orla do Rio. Em 1977, o cantor Raul Seixas (1945-1989) dirigia sua Bras�lia pela Avenida Delfim Moreira, no Leblon, quando uma onda atingiu e amassou uma porta do ve�culo. "Fui atropelado por uma onda", diz o artista. A filmagem est� sendo compartilhada em redes sociais.

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.